Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Como é difícil não julgar


20/09/2017

Foto: autor desconhecido.

 

Estamos permanentemente induzidos a nos comportar como julgadores. Temos uma dificuldade enorme em conter nossos impulsos de pré-julgamentos. E o pior é que, na maioria das vezes, o fazemos conduzidos por sentimentos de antipatia, preconceito ou raivas circunstanciais. E é aí que reside o perigo. A precipitação pode nos levar a cometer injustiças dos quais podemos nos arrepender no futuro, ou causar males irremediáveis às pessoas às quais estamos açodadamente fazendo juízos de valor.

O pré-julgamento tem cheiro de parcialidade. É necessário que saibamos gerenciar nossas emoções, a fim de que não percamos o equilíbrio da mente e assumamos atitudes impulsivas em desfavor de alguém. Dominados pelo egoísmo e a inveja somos perigosamente encaminhados para formar apressadamente julgamentos que carecem de isenção e equidade, baseados unicamente em convicções pessoais. São nessas oportunidades que nos afastamos do desprendimento moral e partimos para as acusações levianas e raivosas.

Quando ficamos na condição de julgadores ansiosos em condenar, cometemos o erro de desprezar o bom senso, a lógica, o conhecimento que pode direcionar para um veredicto mais justo. Por isso, o entendimento de que é impossível conferir conceito de imparcialidade ao juiz de quem sabemos antecipadamente qual será a sentença que irá proferir.

Devemos ter o cuidado para não deixar que as paixões contaminem nosso livre convencimento. Os julgamentos não podem ser decididos para atender satisfações individuais, transformando-os em manifestações de vingança ou despeito. Ninguém pode se considerar detentor da melhor razão, embora saibamos o quanto é difícil na prática adotarmos essa consciência.

 

 


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