Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Precisamos de uma comunicação social democrática


24/05/2017

Foto: autor desconhecido.

 

Não há como negar que vivemos atualmente recebendo influências quanto à nossa forma de viver e de pensar, pela força da comunicação social, através da TV, jornais, rádio e internet. A mídia tem o poder de manipular a opinião pública. Os valores sociais vão se adequando ao consumo das informações recebidas no cotidiano. Os veículos de comunicação, portanto, criam conceitos, modas e ideologias.

A vida das pessoas passa a ser pautada pela mídia. E o poder político tira proveito disso. Os grupos que comandam os veículos de comunicação comumente são convencidos a trabalharem no sentido de exercerem um jornalismo que atenda aos interesses dos poderosos de plantão, tanto no campo político, quanto no econômico. É aí que funciona a sua capacidade de manipulação. A avalanche de informações que nos é oferecida diariamente, não nos permite, muitas vezes, conferir a veracidade das notícias. Somos induzidos a acreditar nas primeiras mensagens recebidas.

A imprensa, quase sempre, atrelada às conveniências de grupos dominantes, estabelece um processo de alienação da sociedade. Ela tenta padronizar a opinião das pessoas e formar uma cultura homogênea. Desestimula o público a pensar e refletir sobre os graves problemas que o aflige. A população passa a ser vítima de um jornalismo que despreza a ética e o compromisso com a informação verdadeira.

Os meios de comunicação, em sua maioria, são empresas orientadas para o lucro, por isso não é de estranhar que as notícias divulgadas reflitam os desejos e as expectativas dos seus proprietários, muitas vezes à revelia dos interesses da sociedade. Adotam uma linha editorial descompromissada com a verdade dos fatos, submissa ao propósito de produzir a impressão de consentimento democrático do que é divulgado.

Impossível construir uma sociedade livre sem uma mídia democrática, que respeite e garanta a pluralidade e a diversidade. E isso já está previsto na Constituição vigente, em seu artigo 220, Parágrafo 5, ainda que não cumprido: “os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. A comunicação social deve refletir as mais diversas visões de mundo, de pensamento, de opinião e de cultura.


 


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