Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O celular prejudicando as relações pessoais


11/03/2017

Foto: autor desconhecido.

 

Fiquei surpreso com a cena que presenciei em um restaurante que frequentei recentemente. Uma família composta por um casal e seus três filhos (duas garotas e um rapaz) ocupou uma das mesas próximas à minha. A princípio nada estranho a observar. Afinal de contas é muito normal esses encontros familiares em ambientes sociais.

De repente percebi que dos cinco componentes do núcleo familiar apenas um não portava um celular, o que presumo seria o pai. Os demais, cada um manuseava um equipamento eletrônico com que se comunicava com o mundo, menos com a mesa que ocupava. Ali apenas a presença física deles, estavam num mundo virtual.

O pai de vez em quando interpelava um dos ocupantes da mesa na intenção de iniciar uma conversa. As respostas eram gestuais ou monossilábicas. Ninguém tinha interesse em sair do bate-papo da internet para interagir com o chefe da família.

Fiquei então a questionar o quanto está prejudicando as relações pessoais a dependência do smartphone. Ele se faz presente na cabeceira da cama, no trabalho, no carro e até na hora das refeições. Estamos, portanto, sendo dominados pela tecnologia, perdendo o sentido de afetividade que proporciona os encontros pessoais. Isso faz com que concluamos que o celular é má companhia.

O pior é que chegamos a um tempo em que fica difícil viver sem o celular. A nomofobia é a dependência desse equipamento. A proximidade física entre as pessoas não tem mais importância, porque estamos conectados, conversando, contando novidades, trocando ideias com quem está distante. Nos desligamos do mundo real para vivermos o mundo virtual. Tornamo-nos dependentes cibernéticos.

O que se faz necessário é não tornarmos o celular mais importante do que qualquer outra coisa na vida. Fugirmos desse vício. Fácil não é. Mas, queiramos ou não, é uma necessidade. Do contrário perderemos os sentimentos de emoção do encontro físico das pessoas, e mergulharemos na frieza dos relacionamentos a distância.
 


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