Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Lula e a transposição do Rio São Francisco


26/02/2017

Foto: autor desconhecido.

 

 Parte da população paraibana, que por séculos sofreu as consequências das longas estiagens do nosso semiárido, festeja a concretização da obra redentora da Transposição do Rio São Francisco. O primeiro município a receber as águas do Velho Chico foi Princesa Isabel. Para o sertanejo isso representa o fim de um sofrimento vivenciado há séculos, causado pela seca nordestina.

O projeto foi idealizado há mais de cento e cinquenta anos, ainda no Brasil Império, por Dom Pedro II. A partir daí foram várias as promessas de governantes. Mas foi preciso que um nordestino que padeceu as agruras da seca, chegasse à presidência da república, para que, efetivamente, a obra fosse executada. Queiram ou não seus adversários políticos, não há como negar esse grande benefício que Lula ofereceu aos seus conterrâneos.

Foi uma decisão de governo corajosa, uma vez que enfrentou as críticas dos que não conseguem ver o Nordeste como uma região que precisa receber um tratamento diferenciado do poder público, em razão das suas condições climáticas. Sempre houve uma má vontade na busca da solução para os problemas da seca. Até porque muitos políticos se elegeram aproveitando-se desse flagelo nordestino, a conhecida “indústria da seca”.

Lula não se deixou ser influenciado pelas vozes contrárias ao projeto. Em setembro de 2004 assumiu oficialmente a decisão política de tornar realidade o sonho de muitos brasileiros castigados pela seca. Ainda que esses mesmos adversários do projeto estejam agora comemorando a chegada das águas ao nosso estado, ninguém, de sã consciência, poderá negar a Lula a paternidade dessa marcante obra para a região nordeste.
Campina Grande vive ansiosamente a expectativa de recepção das águas do São Francisco, encerrando de uma vez por todas a grave crise hídrica por que passa no momento.

Independente das posições políticas de cada um, é injusto que não se faça o reconhecimento a quem de direito sobre a importância dessa obra. Nem o ódio disseminado pela mídia comprometida com os interesses das elites políticas, consegue obscurecer essa verdade. Por mais contrariedades que lhes tragam essa realidade, é impossível não admitir que Lula fez por valer a sua promessa de matar a sede de muitos nordestinos.
 


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