Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

A sedução da mídia na política


06/10/2016

Foto: autor desconhecido.

 

A vida cotidiana das pessoas recebe uma poderosa influência da mídia, interferindo nos seus modos de pensar e de agir. O ser humano transforma-se em refém de suas práticas, muitas vezes desprezando a ética e o exercício do jornalismo responsável e sério. Somos, todos nós, bombardeados, a todo instante, por informações unidirecionais, objetivando formular opiniões de acordo com o atendimento de interesses políticos e ideológicos dos que se arvoram no direito de manipular consciências. Essa ação midiática contribui para o empobrecimento da capacidade de reflexão, fazendo com que o indivíduo deixe a razão de lado e seja alcançado pela sedução de sonhos e pensamentos por ela produzidos.

Por isso se diz que a mídia é o “Quarto Poder”, em razão de sua potencial força manipuladora e formadora de opinião pública. O consumidor dos relatos jornalísticos, onde não se valoriza o conjunto de informações de forma isenta e equilibrada, passa a ser vítima de um controle das notícias, que trabalha na intenção de promover conceitos e compreensões favoráveis às correntes de interesses que dominam os principais veículos de comunicação. E assim procuram oferecer legitimidade a toda e qualquer decisão política, mesmo quando ignorados princípios da ética e desconsiderados valores importantes na defesa da democracia. O propósito é formar uma maioria orientada no sentido de acreditar que as ideias propagadas representam uma realidade social e política.

A linguagem e os mecanismos dos meios de comunicação de massa, são cuidadosamente utilizados com o objetivo de promover mudanças de mentalidade e de comportamento coletivo. A dominação da mídia procura construir um pensamento majoritário, criando uma pauta de discussão da sociedade consonante com os seus interesses políticos. O psicólogo social Guareschi diz: “Temos a possibilidade de discordar do que é dito ou até mesmo criticar o que chega até nós. Mas uma coisa não podemos fazer: é saber o que foi propositalmente ocultado, o não dito, o silenciado”. Aí se aplica a maneira subliminar de influenciar a opinião pública, não se efetivando a honestidade na oferta das informações autênticas e realistas. As omissões ou desvirtuamentos nas notícias veiculadas, enganam e falseiam as verdades que precisam ser conhecidas para a definição de juízos de valor.


 


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