Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O segredo


16/05/2016

Foto: autor desconhecido.

 

Todos temos nossos segredos. Não é verdadeira a afirmação de que “minha vida é um livro aberto”. Isso não existe! Há sempre algo, que não se pode dar conhecimento público por vários motivos, estratégia, preservação da imagem, receio de ser mal compreendido, vergonha, etc. Principalmente quando sabemos as consequências da revelação de algo que deve ser mantido em sigilo.

Por isso, precisamos saber selecionar aqueles a quem elegemos como depositários de nossa confiança. Para compartilhar um segredo é recomendável aprofundar-se no relacionamento, a ponto de ter a certeza de que não se decepcionará no futuro. O ato de confidenciar informações particulares é, verdadeiramente, uma grande prova de crédito à pessoa a quem escolheu para fazê-lo.

Nos desabafos contamos segredos sem a preocupação de saber a quem estamos abrindo nossa vida. Quando percebemos a imprevidência já é tarde, ficamos expostos a maledicências, incompreensões e censuras. Nossa imagem pode ser arranhada por uma precipitação na oferta de informações que necessariamente deveriam continuar no desconhecimento.

Mais importante do que guardar nossos próprios segredos, é respeitar o dos outros. Ter autocontrole quando sente a “língua coçando” para divulgar uma informação que lhe foi confiada em sigilo. Quem assim não se comporta, demonstra, antes de tudo, uma fraqueza de caráter. Quebrar o vínculo de confiança é traição, é ser pérfido.

Há situações em que o guardar segredo é exigência do exercício de trabalho, como os médicos, psicólogos, advogados, religiosos, etc. Está no código de ética do ofício desses profissionais. A inobservância dessa norma abala o conceito que se faz necessário para o bom desempenho de suas atividades.

Não podemos deixar de considerar que ao revelarmos um segredo a alguém, nos tornamos escravos dela. Daí, se dizer que “fulano tem sicrano na palma da mão”, porque detém informações confidenciais que podem comprometer conceitos de honorabilidade, integridade e respeito. Nada pior do que ser refém de um segredo revelado em confiança.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.
 


 


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.