Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Viva a democracia


15/03/2016

Foto: autor desconhecido.

 

A democracia permite a gente viver momentos interessantes onde cada um expressa o seu pensamento sobre o momento político que estamos vivendo, respeitando divergências e posturas ideológicas. Aí está a essência da vida democrática. Os olhares críticos se diferenciam conforme as convicções políticas de cada um. Tudo se estabelece de acordo com os interesses defendidos nessa conjuntura política.

As manifestações públicas são a forma mais legítima de expressão popular das insatisfações, dos protestos, das reivindicações. Só não podem ser marcadas por atitudes de vandalismo ou provocações ditadas pelo radicalismo. No último domingo o país deu um belo exemplo de cidadania ao registrar uma grande participação de parcela da população na colocação dos seus descontentamentos com o quadro político atual. Da mesma forma, se espera que no dia dezoito, aconteça o ato público dos que se postam com idéias diferentes, no mesmo clima de tranqüilidade. E que cada brasileiro possa livremente se manifestar conforme sua consciência política, sem sofrer censuras ou ataques emocionais.

Isso faz parte do cenário político que vivenciamos. E nesse aspecto devemos dar graças a Deus podermos debater argumentos, contradizer afirmações. Só não consigo aceitar as inclinações de direita, defendendo a volta da ditadura militar ou a tomada do poder em dissonância com o que estabelece o “estado democrático de direito”. Nessa questão sou radical. Só deseja a volta da ditadura militar quem não viveu essa época.

Cada vez mais se faz presente a discussão dos temas que tomam conta da vida contemporânea dos brasileiros. E eu fico feliz por isso. Triste do país onde todos pensam da mesma forma. Nas diferenças de opinião e de pensamento nascem as idéias que podem representar saída para nossos problemas.

Só de uma coisa não abro mão, defender a democracia. Viví a ditadura militar, e posso afirmar que nada pode ser pior do que a perda da liberdade de pensar, agir e falar. Por isso sou convencido de que são válidos e necessários os acalorados debates da política nacional, ora tão frequentes, na certeza de que nunca deveremos perder essa liberdade conquistada a duras penas. Desde que esses debates sejam orientados pela não agressão gratuita, a observância dos princípios elementares da civilidade, o respeito às opiniões divergentes. Evitando a todo custo que as paixões partidárias ou ideológicas provoquem fissuras nas relações familiares e de amizades.

O bom é que cada um tenha a sua consciência livre para defender suas posições, ainda que para outros pareçam desvirtuadas da razão. Sem contradições não se faz o encontro da observação da realidade. Avaliando contrários podemos chegar ao que se pretende interessante para o coletivo.

Viva a democracia. E ainda há quem defenda a volta dos militares ao poder. Mas isso só acontece com os que não conhecem a história, ou não viveram aquele tempo.


 


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