A alienação política é a maneira mais fácil de contribuir com a destruição do próprio orgulho, a mais eficiente forma, estrategicamente montada, para que as pessoas passem a entender que os interesses das classes dominantes se harmonizam com os interesses da maioria. Os alienados são vítimas de uma manipulação ideológica, imposta por grandes veículos de comunicação e intelectuais a serviço de uma tática política que teima em estabelecer uma verdade única.

A busca da alienação coletiva estimula um sentimento derrotista, de inferioridade, que leva ao desânimo, ao desespero, à consciência de que tudo está perdido. O objetivo é fazer com que os indivíduos, cada vez mais, fiquem coniventes com a interpretação dos fenômenos políticos, econômicos e sociais proclamada maquiavelicamente por quem manipula, submetendo-os a um estado de despersonalização, falta de conhecimento da realidade. A mídia procurando dirigir a vontade das massas, sem questionamentos ou avaliação crítica e racional dos acontecimentos.

O alienado se preocupa apenas com o que lhe interessa de imediato, despreza a capacidade de pensar e agir por si próprio, perde a identidade individual, renuncia à condição de agente construtor da História. Decide ser comandado por influência da propaganda e do discurso ideológico de conveniências políticas. A publicidade direcionada a colocar como verdade apenas o que convém aos seus interesses.

Mas sempre foi assim, os poderosos se valem de eventuais crises para pregarem o desassossego, a desesperança, o caos. Daí a lógica do “quanto pior melhor”. Crescer o número de alienados representa dizer que suas idéias ficarão mais facilmente aceitas. As questões estruturais que preocupam a todos ficam em segundo plano, dedicando-se a concentrar foco em denúncias forjadas, potencialização de mentiras divulgadas, desqualificação de quem se posiciona de forma contrária. Os incendiários sabem se aproveitar bem dessa situação, conquistando a adesão dos alienados aos seus propósitos políticos. E muita gente embarca na “onda” alienante, servindo como “massa de manobra”, sem perceber a condição de “inocente útil” a que está sendo submetida.

• Integra a série de textos “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.