Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

A identidade feminina


08/03/2016

Foto: autor desconhecido.

 


A multiplicidade dos papéis sociais na dinâmica da vida contemporânea marca a nova identidade feminina. A conquista desse perfil, muito mais verdadeiro nas últimas décadas, se deveu a uma luta histórica de superação de uma mentalidade machista que segregava a mulher a uma situação de subalternidade, dependência e inferioridade na relação de gêneros.


Em tempos passados a mulher assumia uma posição de confinamento ao ambiente doméstico, sem direito à participação na vida social, restringindo-se a cumprir suas funções de maternidade, procriadora de vidas e administradora do lar, cuidando do marido e da casa. Não tinha sequer o direito de emitir opiniões, declarar aspirações, tomar atitudes sem o consentimento masculino. Era condenada ao silencio e à resignação.


Felizmente essa identidade feminina de submissão, em que suas potencialidades individuais eram anuladas, passou por um processo de transformação muito grande. A mulher não se aceita mais ser tratada como objeto. Com ousadia e autoconfiança ela passou a ocupar espaços antes exclusivos dos homens. E, diga-se de passagem, com competência e determinação de fazer inveja a muitos marmanjos.


A identidade feminina tem uma característica que a torna muito mais importante no contexto social em que vivemos. Ela consegue conjugar, com extraordinária maestria, suas atividades profissionais com a vida familiar. Libertar-se dos padrões opressores a que esteve submetida durante séculos é resultado de lutas pela conquista da igualdade de gêneros e da sua inserção efetiva na sociedade como agente ativa dos acontecimentos. A emancipação feminina é o ponto determinante dessa nova identidade adquirida.


Interessante é que a mulher enfrenta o desafio de integrar-se à normalidade da vida cotidiana do mundo moderno, agora sem sofrer preconceitos ou exclusão para o exercício de qualquer atividade humana, mantendo sua essência consolidada em sentimentos, amor, graça e beleza, próprias do universo feminino. A identidade atual da mulher mostra capacidade de determinação e voluntariedade, sem abrir mão da emoção. Associa com invulgar habilidade os ditames da razão e do coração. Sabe ser forte quando necessário, sem perder a faceirice, a delicadeza, o charme, o encantamento, a ternura.


Por isso a mulher está dominando o mundo. Derrubou qualquer tese em que a colocava como sexo frágil. E que assim seja. Quem sabe o mundo passe a ser mais humano, mais fraterno e mais justo.


• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES.

• Com essa crônica a minha homenagem às mulheres, especialmente as que me dão a alegria da convivência no cotidiano (esposa, mãe, filhas, netas, enteada, irmãs, sobrinhas, cunhadas), e as amigas e leitoras dos meus textos publicados aqui diariamente.
 


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