Estamos vivendo um processo de descivilização, quando a barbárie é praticada em nome de uma doutrina religiosa que desrespeita as regras básicas de convivência humana harmoniosa. A sociedade contemporânea está assustada, perplexa, atônita. O ódio, o terrorismo e o genocídio são sentimentos e atitudes que representam um sistema de vida pautado na selvageria, na violência, na insensibilidade.

O mundo está em estado de choque com os acontecimentos de ontem a noite em Paris. Acompanhamos com muita preocupação o noticiário a respeito. Não há como deixar de colocar a seguinte interrogação: para onde está caminhando a humanidade? Esse comportamento manifesta agressão a qualquer senso de inteligência ou responsabilidade.

Os valores nos quais fomos orientados a seguir são desprezados por esses fanáticos que matam e cometem as maiores atrocidades como se estivessem cumprindo ordens emanadas de um ser superior. Como falar em Deus ou Alá, quem não considera a importância da paz, não cultiva o amor no coração, não reconhece a necessidade de viver em fraternidade?

O medo está produzindo uma civilização refém da barbárie. É preciso reagir, não nos submetermos ao império da insensatez, da brutalidade, da força do pavor. Há a necessidade de fazer valer o entendimento entre os seres humanos, independente do credo, raça ou condição social a que estejam integrados. Porque não promovermos um desarmamento geral, de espírito beligerante e de artefatos que ferem ou matam? Será tão difícil abolir as guerras, os conflitos, as desavenças? Esse estado de permanente beligerância é fruto da ambição desmedida do homem, da ganância, da inveja, da cobiça, que marcam o comportamento humano atual.

A hora é de orarmos pela paz. O momento é de procurarmos compreender bem o sentido da palavra fraternidade. Não vamos permitir que a barbárie vença a civilização. Que Deus nos abençoe nessa intenção e nos proteja do poder do mal.