Geral
O projeto de construção do Espaço Cultural
05/11/2015
1980 nascia com uma boa notícia para a atividade cultural do Estado, o governador Tarcísio Burity convocava autoridades, intelectuais, artistas, professores e estudantes, para conhecerem e discutirem o esboço do projeto de construção do Espaço Cultural. O equipamento seria construído no bairro de Tambauzinho, no terreno onde funcionou o campo de treinamento do Botafogo.
O arquiteto Sérgio Bernardes, autor do projeto, anunciava: “Não haverá suntuosidade na arquitetura do Centro Cultural do Estado. A monumentalidade da obra caberá à sua perpetualidade. Não existe, portanto, faraonismo algum na decisão de construi-lo. O centro cultural será uma praça do povo”. De qualquer forma a obra destaca-se pela sua estrutura imponente e, de fato, transformou-se num importante ponto de convergência do mundo cultural da Paraíba.
O governador Tarcísio Burity, ao apresentar o projeto da obra a que se propunha construir, afirmou: “Estamos apenas cumprindo com o nosso dever de oferecer condições para que seja preservada a memória da Paraíba. O dia vinte e um de janeiro é uma data feliz para nosso Estado, porque está sendo plantada a primeira semente de um marco da cultura da Paraíba”.
O professor Gerardo Parente, da UFPb, um dos integrantes do Comitê Cultural de análise do projeto, reivindicou que fosse incluído no interior do prédio um centro de documentação musical e um auditório polivalente adequado a promoção de atividades da música, do teatro e do balé. O pleito foi atendido, inserindo na sua estrutura o Teatro Paulo Pontes.
No entanto, na reunião fez-se ouvir alguma vozes discordantes, partidas de representantes do Instituto de Arquitetura do Brasil, seccional da Paraíba, que em nota lida no momento “manifestava apreensão quanto ao processo de decisões para a construção do que está sendo chamado de “Espaço Cultural”. A Paraíba se constitui um próprio espaço cultural onde se manifestam diversas atividades culturais. O IAB, como representante de segmentos da comunidade lamenta que o processo de debates esteja acontecendo em cima de fatos consumados”.
O secretário de Administração, Oswaldo Trigueiro, rebateu essas colocações críticas , enfatizando o fato de que o projeto mereceu acompanhamento e discussão de um Comitê constituído por pessoas que participavam ativamente da produção cultural da Paraíba, entre eles o professor Gerardo Parente da UFPb, os artistas plásticos Flávio Tavares e Raul Córdula, o maestro Miguel dos Santos, o arquiteto Régis Cavalcante, o escritor Luiz Augusto Crispim e o cineasta Linduarte de Noronha.
Começávamos, então, os anos oitenta, ganhando um espaço para promoção da cultura paraibana, com uma arquitetura que impressiona pela sua beleza e funcionalidade.
• Integra a série de textos “INVENTÁRIO DO TEMPO II”.
O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.