Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

A Capital para as pessoas


08/09/2015

Foto: autor desconhecido.

 

Cuidar das pessoas na cidade é fator essencial para obtenção de espaços públicos mais vivos, mais sustentáveis e saudáveis. É preciso reverter a lógica de que a função das áreas públicas de lazer deixaram de ser local de encontro e de sociabilidade. Uma cidade só pode nascer – e crescer -, quando atinge a dimensão humana, com ruas, parques e praças pensados e planejados para o bem-estar, atendendo às milhares de pessoas que moram, trabalham ou se divertem. Em João Pessoa, uma mudança importante foi iniciada nos últimos anos, com a abertura ou a revitalização de novas áreas de convivência, promovendo maior qualidade de vida.

Em apenas dois anos e meio, já são 25 praças construídas ou que passam por revitalização. A maior parte delas, acompanhadas como a oferta de novos serviços, a exemplo da atenção médica, com orientação física, garantida nas novas Academias de Saúde. Uma ação inovadora, que tem transformado a relação do pessoense com a cidade. Essa mudança também ocorre no Centro Histórico, berço da capital, que já assistiu à recuperação da Casa da Pólvora, junto com um novo centro cultural, além das praças da Pedra e dos Três Poderes. Esse conjunto de intervenções está chegando à Praça da Independência, que está ficando de cara nova, com a maior intervenção já realizada desde a sua inauguração, em 1922.

O mesmo começa a acontecer com a nova Calçadinha da Orla. A obra, iniciada no passeio público ao lado das casas, já disponibiliza mais acessibilidade, piso antiderrapante, além de mais vagas de estacionamento. Esse mesmo cuidado começou na calçada que margeia a praia, onde também serão construídos espaços para a prática de exercícios físicos e novas áreas de convivência. O amplo conjunto de transformações vai culminar com a Nova Lagoa, ao término da construção do Novo Parque Solón de Lucena. Depois da escavação do túnel, com mais de 640 m de comprimento, tiveram início as mudanças efetivas na área externa do parque, que vai se transformar em uma das maiores áreas de lazer da capital.

É com medidas assim, que convidam a população a viver a cidade, que novos polos de lazer e entretenimento começam a fazer parte do dia a dia dos pessoenses. Mas se engana quem pensa que elas se reduzem à Orla e ao Centro Histórico. Recentemente, a Prefeitura entregou a Praça da Juventude, a maior em área construída da história da capital. Trata-se de um verdadeiro centro esportivo, com anfiteatro, ginásio, dois campos de futebol, vestiários, salas multiuso e área para a prática de exercícios. Outras duas praças com características semelhantes também estão sendo construídas no Gervásio Maia e no Vale das Palmeiras.

Como sugere o urbanista Jan Gehl, “nós moldamos as cidades, e elas nos moldam”. O importante é saber que, em João Pessoa, estamos caminhando para a construção de uma cidade nos moldes da sustentabilidade, da promoção da saúde e da qualidade de vida. Não se trata, portanto, de uma ação isolada. Mas de uma intervenção histórica, com planejamento urbano, que começa a redesenhar, de vez, a João Pessoa que queremos para um futuro cada vez mais presente.


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