Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O “Vermelho e Preto”


29/07/2015

Foto: autor desconhecido.

 

Quando se brincava carnaval em clubes, nós tínhamos aqui em João Pessoa três prévias que movimentavam a cidade. No Cabo Branco o famoso “Vermelho e branco”, a mais tradicional festa do período pré-carnavalesco da Capital. No Astréa acontecia o “Azul e branco”. E na AABE, o “Vermelho e preto”. Nesse tempo não existia ainda o “Folia de Rua”, portanto a brincadeira no período que antecedia aos dias oficiais do carnaval, era animadamente realizada nesses três clubes.

Nunca fui ao “Azul e branco” no Astréa, e fui algumas vezes ao Cabo Branco, no seu “Vermelho e branco”. Mas, posso garantir que, participei de todos os bailes do “Vermelho e preto” da Associação Atlética Banco do Estado, até porque ele se iniciou na época em que fui o seu diretor social.

O maestro Vilôr animou vários desses bailes, e ao executar o hino de exaltação da AABE, cantado por Livardo Alves, um de seus autores em parceria com Gilvan de Brito, levava todos a gritarem a letra da marcha-hino, que diz no seu final: “entre na nossa festa/a vida é essa, vamos aproveitar/chegue também, menina/o carnaval é aqui na Ponta de Campina”. Vestia as cores que caracterizavam a festa com muito prazer, porque eram também as cores do Flamengo. Rapidamente tornou-se um evento incluído no calendário das festividades carnavalescas de João Pessoa. A AABE ficava pequena para público tão grande, composto não só por seus associados e familiares, mas por convidados e autoridades. Em um deles contamos com a presença do então governador da Paraíba, Tarcísio Burity. Outro governador que costumeiramente comparecia era Dorgival Terceiro Neto, também na condição de um dos seus associados.

O presidente da época, Geraldo Henriques, foi, indiscutivelmente o grande propulsor do sucesso da AABE como um dos recantos de convivência social mais agradáveis de nossa Capital. Dinâmico, simpático, colocando entusiasmo em tudo o que fazia, ele deu o impulso inicial para que o clube dos funcionários do Banco do Estado pudesse se consolidar como uma agremiação recreativa que produzia oportunidades de divertimento nos campos social, cultural e esportivo. Em textos futuros falarei sobre os presidentes que o sucederam, entre os quais, com muita honra, me incluo.

• Integra a série de textos “INVENTÁRIO DO TEMPO II”.

 


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