Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

O fim de uma era


11/07/2015

Foto: autor desconhecido.

 

Os boatos já corriam pelo mundo. Os constantes desentendimentos no grupo, principalmente entre Lennon e McCartney, sinalizavam o fim dos Beatles. Mas foi, no dia 10 de abril de 1970, quando o jornal britânico Daily Mirror colocou em manchete: “Paul está desistindo dos Beatles”, que a notícia ganhou confirmação. Ele decidira fazer carreira solo. Estava determinado o fim de uma era.

Existem várias versões dos reais motivos que provocaram a dissolução da banda. Um deles era de que a presença de Yoko Ono, esposa de Lennon, nas reuniões e gravações em estúdio, estaria desagradando o restante do grupo. Ela insistia, com o apoio do marido, em dar palpites onde não era consultada. Por conta disso, as brigas se tornaram frequentes.

O quarteto de Liverpool, formado pelos jovens Paul, John, Ringo e George, promoveu uma verdadeira revolução no mundo, durante os dez anos de sua produção musical. Modificaram costumes, indumentária, conceitos e, principalmente, a forma de compor e produzir músicas. Pode-se dizer que a história do rock está dividida entre o antes e o depois dos Beatles.

Eles ousaram nas inovações, trabalharam inteligentemente as letras de suas canções, criaram arranjos complexos, foram propagadores de pensamentos que marcaram social e politicamente uma época. Cantaram o amor, a paz, a solidariedade, o romantismo. Mas também, se manifestaram contra a guerra do Vietnã, as diferenças sociais, o império do capitalismo sobre os países desenvolvidos, etc. Suas apresentações artísticas ocasionavam histeria em todos os cantos do mundo.

Podemos dizer, sem medo de errar, que são insubstituíveis, singulares, extraordinários, fora do comum. Deixaram um legado musical que influenciou todos os ritmos e as gerações que lhes sucederam. Eu, na condição de um dos seus grandes admiradores, recebi a informação que nos chegava naquele começo de abril, com profunda tristeza. Aliás, esse sentimento estava presente no coração da juventude da época.

• Integra a série de textos “INVENTÁRIO DO TEMPO II”.

 


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