Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Paraíba: quem ganha e perde com Novos rumos do Impeachment


18/12/2015

Foto: autor desconhecido.

As últimas decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal anulando o rito deflagrado pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, para abertura de processo de Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, bem como assegurando o voto aberto e a prevalência do Senado como instância processual decisiva teve impacto detonador em nível nacional fulminando com a Oposição, Cunha e o vice-presidente Michel Temer, mas também tendo impactos na Paraiba velha de Guerra.

Em nível de lideranças politicas nas lides atuais, o saldo de tudo expõe o governador Ricardo Coutinho como o mais beneficiado com os efeitos da nova ordem porque liderou na fase difícil do processo uma “onda” contrária ao Impeachment, posição que adotara desde o inicio do ano chegando a ser líder e porta-voz dos 9 governadores do Nordeste.

Aliás, Ricardo articulou as Notas de apoio a Dilma – foram três ao longo do ano – ainda interferindo fortemente no PSB para levar todos os três governadores socialistas a ficarem contra o Impeachment, em especial Paulo Câmara, de Pernambuco, que tendia a ficar a favor pela sua relação com Aécio Neves. Contra fatos, como dizem os meninos da Torre, não há argumentos.

Em sintese, ele agora computa e adiciona a articulação feita reagrupando toda a Esquerda no Estado, os partidos ditos progressistas e os movimentos sociais em nível que não se via há anos. Este saldo ele levará para a disputa de 2016.

CÁSSIO E A OPOSIÇÃO

O senador Cássio Cunha Lima, líder renovado do PSDB, se mantém na cúpula dos ataques ao Governo Dilma liderando pró – Impeachment, só que os novos rumos tiram dele a aura de vencedor porque de agora em diante após as decisões do STF e as aprovações no Congresso Nacional ele passa a conviver com o Governo reestabelecido na força política, ao contrário do revés da postura adotada pela Oposição de querer afastar a qualquer custo um mandato legitimo da presidenta.

Cássio enfrenta uma grande contradição interferindo no seu brilho de orador, pois pelos dados expostos ultimamente, a “Bandeira” da Ética e da Moralidade não pode ser aplicada ao PSDB, como fez questão de usar o tempo inteiro durante 2015, porque seu partido está envolvido desde FHC, com ações de desvios de recursos da Petrobras, sem contar os graves escândalos escondidos pela Midia Nacional existentes e comprovados no Estado de São Paulo, tipo Trensalão, etc.

Com o novo rito, Cássio se consolida como lider da Oposição, mas afetado perdedor e na contramão.

EFRAIM FILHO TAMBÉM

O deputado federal Efraim Filho, ascendente líder à Direita no contexto partidário brasileiro, também amarga a condição de perdedor porque fora ao longo do ano um dos mais ferrenhos adversários do Governo Dilma.

Ao final do ano, Dilma consegue aprovar todas as medidas que deviam ter sido resolvidas no primeiro semestre mas isso não aconteceu porque o governo tinha articulação politica ruim e a Oposição montou-se nesse cavalo impedindo saídas para Dilma.

A COERENCIA DE LUIZ

Sem pestanejar é fácil de identificar que o deputado federal Luiz Couto se manteve dentro de um nivel de coerência política sem igual, até porque como parlamentar do Partido dos Trabalhadores nunca fraquejou nem se intimidou com a grande estratégia dos Veiculos de Comunicação alinhandos com a Oposição liderada pelo PSDB.

PMDB E COMPANHIA

Os deputados federais Manoel Júnior e Wellington Roberto saem arranhados na imagem por terem sido defensores além da conta do presidente da Câmara flagrado, denunciado e prestes à cassação.

Exporem-se ao lado de Cunha vai render muito de agora em diante na carreira dos dois parlamentares.

Hugo Motta também sai arranhado, em menor escala, porque ao final de tudo o que se viu foi que ele se permitiu ser manipulado por Cunha para tentar intimidar e se salvar dos crimes cometidos.

Veneziano escapou porque não embarcou na jogada maluca de defender Cunha, o indefensável.

Ah! Tem ainda os senadores José Maranhão e Raimundo Lira, escondidos até hoje diante do bombardeio gerado pela crise Politica, agora com chances reais de ser superada. Precisam agir mais e a favor da legalidade, da Democracia, sobretudo Maranhão, porque sabe o que é viver sob Golpe político.

LUCIANO CARTAXO

Jogou acertado ao se posicionar contra o Impeachment, mas não foi protagonista no nível em que se deu noutras batalhas.

SINTESE

A partir da nova conjuntura, em especial no caso do Impeachment e da realidade interna do PMDB, Dilma tende a, enfim, poder governar com perspectiva de encarar e resolver os problemas econômicos, algo que não conseguiu no ano de 2015.

Para o próximo, o caldo cultural de tudo acontecido vai respingar, sim, na eleição municipal da Paraiba.

ULTIMA

"O olho que existe é o que vê…"
 


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