Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Por que Ricardo Coutinho se credencia para 2018


15/12/2015

Foto: autor desconhecido.

O ato público liderado pelo governador Ricardo Coutinho nesta terça-feira, 15, no Espaço Cultural, em João Pessoa, superlotado, marcou com fato político a partir da Paraíba a rearticulação dos partidos progressistas e movimentos sociais de todos os níveis em torno de sua aura de líder político com coragem e capacidade de enxergar a luta contra o impeachment, não só como uma ação estanque, única de agora, mas de uma costura ampliada para desencadear no futuro próximo outras lutas pós derrubada do que denomina de “golpe contra Dilma” – ou seja, a articulação da oposição mais Michel Temer para ascender ao poder sem voto, sem eleição.

A impressão de quem acompanha a performance do governador, na condição de primeiro e mais envolvido na defesa da governabilidade de Dilma Rousseff, é que ele resolveu unificar a base social de luta no Estado permitindo que, com esse componente resolvido, possa avançar na disputa fora da Paraíba para consolidar sua liderança fora do Estado.

Guardadas as proporções e fator tempo, foi isto o que o ex-governador Eduardo Campos fez realinhando a convivência até com inimigos como o deputado federal e ex-governador Jarbas Vasconcelos.

MUITO ALÉM DO DISCURSO

Ricardo pautou sua fala em princípios de retomada da estima da esquerda e movimentos sociais, pois identificava nos últimos tempos um recuo de muitos militantes diante do bombardeio dos veículos de comunicação contra os setores progressistas, da mesma forma compreendia a necessidade imperiosa de enfrentar a Elite à Direita como principal inimigo, por isso entendia a luta pelo impeachment apenas na condição de uma conjuntura a exigir muito mais.

O governador da Paraíba fechou questão em repetir que a oportunidade de agora serve como oportunidade de revisão das políticas de futuro do Governo Dilma para não se manter refém do mercado rentista diante de outras necessidades mais urgentes, como a retomada do desenvolvimento precisando resolver problemas urgentes no Congresso Nacional, a exemplo da CPMF – que entra em pauta nos próximos dias na Câmara e Senado.

ASCENDENDO NO PSB

Como não existe espaço vazio, também na política, Ricardo Coutinho ocupou o vácuo no Partido Socialista Brasileiro (PSB) porque as lideranças instadas em São Paulo (Márcio Freitas), Distrito Federal (Rodrigo Rollemberg) e no Rio Grande do Sul (Beto Albuquerque) não dispõem de apelo popular nem conseguem atrair apoios estratégicos porque se transformam em moleta do PSDB a partir da capital paulista.

Neste vácuo, com o presidente nacional Carlos Siqueira sem voto e nem liderança nacional, eis que o governador paraibano ocupou espaço previsível anteriormente ao PSB de Pernambuco, mas nem o governador Paulo Câmara, e nem o prefeito de Recife, Geraldo Júlio, conseguem ascender mais do que líder paraibano.

EXAGERO?

Seja como for, a Juventude Socialista que foi ao ato desta terça-feira contra o impeachment passou alguns momentos com refrão: “Ricardo, Presidente!” na direção de 2018.

Será?

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