Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

A força dos governadores do NE e a traição em torno de Temer


04/12/2015

Foto: autor desconhecido.

Embora seja pertinente e indispensável distinguir os muitos cenários em torno do caso de agora, em que a Câmara Federal abre processo de Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, em 2015, e a cena de 1992 com o Impeachment de Fernando Collor, não há como deixar de admitir que, com base em diversos levantamentos, somente um processo de traição silenciosa bem engendrada, a partir do PMDB com aval do vice-presidente Michel Temer, pode fazer prosperar tamanha novidade.

Desta feita, sem dúvidas, os governadores do Nordeste passaram a jogar um jogo de muita repercussão no sentido contrário das articulações de afastamento da presidenta.

É mais uma demonstração de posicionamento bem diferente do que constrói o PSDB a partir de São Paulo e Minas.

Os governadores tem, enfim, jogado um papel importante pela governabilidade.

O CASO SILENCIOSO DO PMDB

Mesmo assim, diante da possibilidade de um movimento dos pemedebistas aliados do deputado federal Eduardo Cunha dentro e fora do PMDB, já é possível ver que o Núcleo do Governo não só monitora essa gente de postura dúbia, como reage à altura das manobras que tentam construir um cenário pró Temer, embora sem a adesão inicial no tamanho querido.

A conta dos parlamentares tratados de “Golpistas” é de que Cunha contabiliza um pouco mais de cem apoiadores/aliados, desde a fase anterior à sua conquista da Presidência, posto que chegou a “bancar” muita gente pelo País afora, portanto, entendem que com aliança produzida reunindo a Oposição pode levar volume e aprovação do Impeachment.

DIFERENÇAS A PARTIR DOS APOIOS FORA DO CONGRESSO

Diferentemente da situação de Collor, na realidade presente não há adesão externa ao Parlamento no tamanho do caso passado, a partir das referências internas do Congresso já registrando partidos progressistas, a exemplo da Rede, PSOL e PDT contrários ao Impeachment, assim como na sociedade organizada como um todo, onde entidades de peso do porte da CNBB, OAB, CUT, MST e diversas personalidades jurídicas e intelectuais no mesmo diapasão de recusa do Impedimento da presidenta.

No tempo de Collor, tudo era contra ele.

UM CASO REAL NO CONSELHO DE SAUDE

Nesta sexta-feira, a presença de Dilma no encerramento do Conselho Nacional de Saúde com o auditório principal do Centro de Convenções Ulisses Guimarães reproduzindo apoio aberto de mais de 5 mil pessoas gritando “Fora Cunha” é outro termômetro a favor da Governante, diferentemente do que existira no caso Collor.

A QUESTÃO DO COMANDO

Lá atrás, além de “Fato Determinante – o Carro Elba e seus desdobramentos expondo desvios” havia um “comandante” da Redemocratização chamado Ulisses Guimarães com moral e respaldo político dentro e fora do Congresso a liderar o processo.

Agora não. O líder de tudo está envolvido até o pescoço com graves denúncias com velhos e novos documentos que vão ser expostos em breve pelo Ministério Público, a lhe tirar a legitimidade e moral para tocar o Impeachment.

O PAPEL DOS GOVERNADORES DO NORDESTE

A Grande Midia, sobretudo as redes de TV, deram pouca importância e espaços no decorrer da cobertura da abertura do Impeachment, entretanto, mais uma vez os governadores nordestinos chegam com posição muito diferenciada para manter a governabilidade e a Democracia no País.

Justiça seja feita: foi o governador Ricardo Coutinho, do PSB, quem começou a puxar o documento na madrugada da quarta para quinta-feira atraindo a adesão dos governadores.

O de Pernambuco chegou a soltar nota distinta, mas ratificou a posição contra o Impeachment.

ULTIMA

“Vai passar nessa avenida/ um samba popular…”
 


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