Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Por que é tão difícil deixar o Poder


22/09/2015

Foto: autor desconhecido.

A dados de hoje, de agora mesmo se quiser, acompanhamos situações de disputa acirrada pelo Poder, quer no plano federal com a Oposição buscando apear de todos os modos o Governo Dilma, este se mantendo na preservação; quer no plano municipal de João Pessoa vemos o PT desembarcando do Governo Cartaxo, embora petistas renomados tenham optado por ficar.

Antes de chegar à cena local, levemos em conta que a ira insuportável contra o PT tem a ver com esse componente especifico do Poder, sem dúvidas o maior e mais disputado mantenedor da economia deste País.

Não é fácil para um País de pouco mais de 500 anos comandado ao longo de sua história pelas familiares, oligarquias e nova elite por todo o tempo até que, de 12 anos para cá, mesmo numa nesguinha de nada de anos, haja um furor contra essa gente esquerdista que se aboletou no lugar antes do tradicionalismo.

Muito da ira em curso vem do desalojamento, da ressaca, da vindita e do sentimento de raiva por não aceitar o “status quo” mantido e mandado por um bando de sindicalistas ou gente indicada por eles.

OS PETISTAS E OUTROS ISTAS CONTRIBUEM

Sociologicamente a mudança de comando e de cultura no Poder do Brasil se espraiando pelos Estados e Municípios acabou que, sem combinação latente, tirando da linha de frente do “mando, quero e posso” outras gerações de mandonistas sem sobrenome importante nem referências de patrimonialismo como se vira ao longo dos tempos.

Mas, parte da turma socialista ascendente ao Poder contribuiu para aumentar o “ódio” da Elite a eles, não só pelos resultados sócio-econômicos, mas sobretudo pela forma de tratamento ainda hoje visto em muita gente nos diversos níveis de Poder. Irrita a falta de docilidade, de uma forma melhor de tratar.

Algum tempo, esperamos, estudos das Universidades federais brasileiras possam explicar melhor essa “sociopatia” esquerdista irritante a partir exclusivamente do jeito de tantos se exibirem com empáfia, muito comum da Elite que não se mistura aos novos ascendentes.

Um exemplo típico é o ex-Ministro da Casa Civil, José Dirceu. Quando da votação de sua cassação na Câmara Federal ouvi de dezenas de deputados, que estavam dando o troco a arrogância do grande líder petista. Seja procedente ou não, mas a forma de tratar aguçou esse intento de odiar o petismo.

O CASO DE JOÃO PESSOA

Tão logo o prefeito Luciano Cartaxo anunciou sua saída do PT, ato continuo a maioria dos petistas se reuniu e decidiu deixar a gestão do chefe do executivo.

Mas não foram todos, alguns ficaram. Pode ser por tudo: por convicção do projeto, por solidariedade, etc, mas nada é maior do que dependência pelo novo status de vida adquirido. Não é fácil de se desvincular de uma renda expressiva, se comparada aos tempos do Liseu Futebol Clube, e que gerou melhor bem estar da família.

O sindicalismo brasileiro sofre muito desse efeito sócio – econômico fatal, onde pessoas de bem terminam rendidas ao pragmatismo da sobrevivência.

Não é fácil, por exemplo, fazer o que Jackson Macedo fez deixando a secretaria e, ao entregar o cargo, sequer teve com quem se despedir porque os que ficaram não quiseram correr riscos de perder a gratificação por qualquer tipo de outro valor.

Nos tempos de reflexão menos radicais, já é possível compreender que a convicção ideológica e política volta e meia têm sido abaladas pelos valore$ da sobrevivência.

Tenho dito.

ÚLTIMA

“Dinheiro na mão é vendaval/
Na vida de um sonhador…”

 


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