Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Como a ética de Mariz se distinguiu na selva política


15/09/2015

Foto: autor desconhecido.

{arquivo}Nesta terça-feira, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, deflagra-se a programação em homenagem póstuma ao ex-governador Antônio Marques da Silva Mariz nos 20 anos de morte em 16 de setembro de 1995.

A impressão particular que carrego desde algum tempo é que a Paraíba não teve sorte diante do falecimento precoce de Mariz porque, com todo respeito aos demais governadores dele em diante, o filho do Sr José Mariz e da Sra Noemi, estava preparado para promover a mais forte reforma de ações e costumes na atividade de Poder de um Homem Público.

Desde os tempos escolares, ele já se distinguia por sua sabedoria. Era aluno aplicado e merecedor das melhores notas. Carregou consigo no Pio X, Liceu e na Faculdade Nacional de Direito essa mania de colecionar nota 10.

A IMPORTÂNCIA DE MABEL DANTAS MARIZ

{arquivo}Na vida de vitórias e derrotas, o ex-governador teve como seu maior suporte a solidariedade firme e decisiva de Mabel, nesta data presente à solenidade da PGJ, sem a qual muitas de suas batalhas seriam solitárias.

Por todo o tempo, eles se transformaram em ímã humano vivendo um para o outro como se na vida nada importasse sem a união firme dos dois.

Mariz devia muito à Mabel, caririzeira de temperamento forte – não muito distante do ex-senador, mas que se cumpunham numa só unidade de vidas.

 

A IDEOLOGIA COMO FATOR DE SER

Antônio Mariz era homem de princípios, a partir de uma base familiar de valores conservadores,  mas nem por isso inadaptáveis aos tempos modernos. Neste sentido, po exemplo, em partido conservador como a Arena, onde militou depois do PTB, sempre esteve na vanguarda e defesa de teses que se contrapunham ao "status quo" ao qual convivia. Em sendo assim, se transformou em rebelde oportuno para impedir horrores da Ditadura.

Por toda a vida, Mariz jamais deixou de conviver com todas as camadas e também com a Esquerda – em especial o PC do B e o PCB (depois PPS) – até convivendo com o PT, que chegou a apoiar na campanha de Chico Lopes para prefeito de João Pessoa, mas em 1994 a tendência DS e cia implodiram uma aliança importante para o governo do Estado. Nem por isso,  ele deixou de vencer a eleição.

Em síntese, mesmo num partido de centro – direita com personagens ali ou acolá à esquerda, o filho de Dona Noemi sempre esteve no campo progressista, da vanguarda.

SENADO E GOVERNO

A eleição para o Senado em 1990 foi decisiva para ele, o PMDB, em especial ainda para o governador Ronaldo Cunha Lima, porque sem a vitória de Mariz no primeiro turno na disputa senatorial,  o rumo da politica paraibana teria sido outro, ou seja, adiaria-se a ascensão da Oposição ao Poder.

Há uma cena importante até hoje ignorada por setores ronaldistas, em plena véspera da eleição: Lúcia Braga procurou Mariz para um acordo, mas o então candidato quis conversar com ela porque não admitia sequer tratar de uma proposta considerada por ele indecente.

Na fase seguinte, para o Governo desde a campanha Mariz foi ao sacrifício em nome de ideais e do partido porque sabia da sua fragilidade física, mesmo assim topou e graças a um fato extraordinário, que foi a série de denuncia dos carros roubados na campanha adversária, ele acabou sendo eleito.

TESES VANGUARDISTAS

Antes de Lula e do PT, Mariz já focava o discurso na necessidade de matar a fome dos mais humildes da sociedade. Mas sua tese esposada em meio a muitas reuniões com Ronald Queiroz, Tânia Barcelar, Mauro Nunes, Adalberto Barreto, Ademir Alves, etc (me perdoem os que esqueci) era construir um projeto de Desenvolvimento Sustentável para gerar emprego e renda nos vários setores.

Mesmo doente, conseguiu com o presidente FHC a construção do Canal da Redenção até hoje sem a ocupação pretendida por Mariz de transformar a área de massapê de Sousa numa região prospera como Petrolina.

Por essas e tantas, pelo exercício permanente da ética na política, Mariz faz uma falta danada.

UMAS & OUTRAS

…Mariz parecia ser um homem de poucos sorrisos, e não era – sabe bem quem conviveu com ele – pois era da sua índole não bajular os poderosos.

– Ricardo Coutinho tem uma carga parecida com a de Mariz nesse aspecto.

…O advogado Julio Cesar Ramalho confirmou presença.

…Augusta e Otávio estão na linha de frente dos apoiadores à programação do ex-governador.

– Registre-se a disponibilidade do deputado Raniery Paulino para contribuir com os eventos.

ÚLTIMA

“O nome/ a obra imortaliza…”
 


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