{arquivo}Quando o prefeito Luciano Cartaxo deixou o Teatro “A Pedra do Reino”, do Centro de Convenções de João Pessoa, para onde fez certo em ir a convite do governador Ricardo Coutinho testemunhar a inauguração e tamanho espetáculo, já passava das 23h22, ao lado da esposa Maisa, do irmão Lucélio e o deputado estadual Anisio Maia. O semblante do prefeito era, inicialmente, de perplexidade, depois se transformou em ar de tristeza no jantar no Restaurante Mancini, em Tambaú.

Não houve reação brutal, de raiva mesmo; perdurou o sentimento de tristeza.

Luciano Cartaxo logo intuiu que, com o discurso do Secretário João Azevedo voltando – se para o legado da gestão de Ricardo na PMJP sequenciado com obras na Capital, sempre falando em novo conceito de política, estava diante de um potencial adversário de 2016.

Com João, ainda podendo ser Estela Bezerra, se projetam as pré-candidaturas de Manoel Junior, Wilson Filho, Avenzoar Arruda e alguém do PSTU perfazendo 6 nomes na disputa.

CONTEMPLANDO A DURA REALIDADE

A tristeza que Luciano expunha, mesmo sem dar um pio, ou seja, sem reverberar desencantos nem irritação, traduzia o desapontamento de quem fora importante na reeleição do governador Ricardo e aguardava reciprocidade do PSB e do líder socialista em qualquer circunstância.

Nunca eles trataram pegando no fio do bigode (eles até nem têm) como compromisso acima de qualquer coisa, mas intimamente LC considerava consequente ter a reciprocidade, que se dilui a cada dia.

PRONTO PARA A DISPUTA

Há uma série de ponderações até chegar a fase de formalização de candidaturas, logo os entendimentos partidários, mas até lá o prefeito espera expandir sua popularidade, enquanto gestor, cacifando-se como favorito até o final da disputa.

Aliás, embora não trate ainda como prioridade, Luciano sabe que a partir de agora vai precisar se desdobrar porque a hipótese de um candidato do PSB vai querer rivalizar obras com ele, além do mais certamente que está convicto de que vai partir para manter um arco de alianças em nível de competitividade à altura de sua performance até hoje.

Em síntese, o prefeito ainda sonha com o impoderável da possibilidade de ter apoio do PSB, mas saiu do Centro de Convenções com João Grilo e outros grilos à frente na cena armorial de Ariano Suassuna, que nunca chamou nossa Capital pelo nome conhecido e sim Parahyba – conceito nutrido por Ricardo Coutinho.

PARA FORA DO ESTADO

No discurso proferido de improviso, diferente do que estava no script, o governador fez exposição de conceitos para atinar e/ou pontuar como perspectiva de que todo o conjunto de sua obra ele pretende e vai mostrar Brasil a fora.

Está entrando no “espaço vazio”, que na prática inexiste, deixado por Eduardo Campos no PSB.

Quem viver, verá.

UMAS & OUTRAS

…O Procurador Geral de Justiça, Bertrand Asfora, foi saudado pelo governador como "meu amigo". Como se diz lá na Torre, a senha em torno do dito cujo é de que será mesmo nomeado para o cargo depois de ter sido o mais votado no pleito do Ministério Público.

…A Secretária de Estado, Cida Ramos, será candidata a Reitora da UFPB. Garantia do companheiro Jaldes Menezes.

…A deputada estadual Estela Bezerra estava no teatro mas quem foi escalado para falar em nome do governo foi João Azevedo.

…A apresentação do grupo de dança de Goiás foi primoroso, mas extenso para a oportunidade da inauguração.

…O neto de Ariano, João Suassuna – nome herdado do bisavô, mostrou que tem verve para encarar platéias.

…A opção do maestro Luiz Carlos Durier de apresentar com a Orquestra Sinfônica canções de autores paraibanos, a exemplo de Zé Ramalho, Jackson do Pandeiro, etc, foi de distinção bem produzida.

…Bacana mesmo foram as interpretações eruditas dadas pela Sinfônica às composições de Miltom Dornelas, Adeildo Vieira – citado pelo governador, e Pedro Osmar.

…Valeu ainda a lembrança póstuma da escritora e poetisa Dora Limeira.

…A eleição na OAB/PB vai esquentar.

ÚLTIMA

“É você a pessoa que deu/ o nó cego/
No meu peito/ de apaixonado…”