Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

O novo estágio centenário do Carnaval Tradição


16/02/2015

Foto: autor desconhecido.

A Paraíba não deu dimensão, mas neste ano de 2015 o que chamamos Carnaval Tradição de João Pessoa comemorou 100 anos de vida cultural popular ininterrupta, somente possível dado à dedicação de homens e mulheres ao longo dos tempos mantendo escolas de samba, clubes de orquestra e tribos indígenas.

No quesito tribos, o Africanos da Torre bateu todos os recordes que uma agremiação pode ter. Segundo o Decano e importante articulador deste gênero carnavalesco, foram 81 títulos conquistados. Lembro até que, na sede da ONU, nos Estados, há uma foto / painel dos anos 70 exatamente focando os cocás do Africanos.

Ontem, domingo, estive presente ao Desfile atestando o esforço incomum de nossa gente carnavalesca para levar à avenida toda uma luta de resistência com visível valor sobre humano, mas de fragilidade econômica atestado nos adereços e fantasias.

Das escolas que vi desfilar, a Malandros do Morro se mostrou mais uma vez potente e de entusiasmo típico de nossa gente da Torrelândia com destaque para seu samba enredo exaltando Chacrinha e o último carro alegórico mostrando crianças em forma de anjos ao lado do “Velho Guerreiro”.

Quem não foi nem vai não pode dimensionar a luta de um carnavalesco anônimo, a exemplo de Pindoba, do Africanos, de um puxador de samba como Luizinho do Pagode, a luta histórica de Fernanda Benvenutti, a resistência de Beto dos Bandeirantes, de Romero na Malandros,  a voz potente de Cardivando de Oliveira há 46 anos cobrindo e defendendo o Carnaval Tradição.

Aos Cem anos ele dá demonstração de vitalidade, embora sejamos honestos: com mais atenção e zelo, essa gente faria muito mais alegria do que insiste em fazer do que jeito que for.


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