Brasil

7 de setembro é marcado por protestos em todo o Brasil; população mostra descontentamento com governo Bolsonaro

A maioria usava preto em "luto" pelo país por discordar das políticas públicas do Governo Federal.


07/09/2019

Foto: Ricardo Borges



O dia 7 de Setembro foi marcado por protestos que levaram milhares de pessoas em todo o Brasil às ruas para mostrarem o seu descontentamento com o governo. A maioria usava preto em “luto” pelo país por discordarem das políticas públicas implantadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Cortes na Educação, Saúde e Amazônia foram alguns dos temas abordados nos protestos.

 

Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Cerca de 20 mil pessoas compareçam na Esplanada para acompanhar o desfile cívico-militar. Assim que fez sua primeira aparição, o presidente da República foi vaiado em certos pontos da arquibancada. Ele chegou em carro aberto acompanhando do filho, Carlos Bolsonaro.

 

Quebra de protocolo

Quando Bolsonaro desceu da tribuna, o mestre de cerimônias anunciou no microfone que o ato representava uma quebra do protocolo seguido há 30 anos — geralmente, o presidente é conduzido até a tribuna ao desfilar em carro aberto e lá permanece até o fim da comemoração. A fuga à tradição foi um desafio para a equipe de segurança que contava com 2 mil militares e incluía atiradores de elite que podiam ser vistos nos topos de ministérios próximos à tribuna.

 

Do outro lado de Brasília

No Eixo Monumental de Brasília também houve protestos de militantes de esquerda que fizeram o tradicional Grito dos Excluídos, organizado pela Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eles pediram “Fora Bolsonaro” e “Lula livre”, aos pés da Torre de TV e no semáforo da via. Eram dezenas de manifestantes, vestidos de preto, com bandeiras de partidos de esquerda, da União Nacional dos Estudantes (Une) e de outras organizações.

 

No Rio de Janeiro

Jovens vestindo preto ligados à UNE (União Nacional dos Estudantes), partidos de esquerda e outros manifestantes ocuparam um quarteirão para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Quando o evento acabou, eles entraram na avenida e andaram no sentido contrário ao desfile.

 

Amazônia, educação e população indígena foram algumas das políticas criticadas pelos manifestantes, que também incluíam movimentos LGBTQ+. Alguns ainda carregavam bandeiras do Brasil, nos últimos anos associada a protestos da direita.

 

Foto: Jose Marques/Folha

 

Em São Paulo

No mesmo horário em que começavam os desfiles de 7 de Setembro em Brasília, foi dado início a concentração convocada por diversas lideranças de movimentos sociais e sindicais. Entre as palavras mais ouvidas estavam “Fora Bolsonaro” e “Lula livre”.

 

Além do preto, o vermelho – geralmente associado à esquerda – também predominava nos trajes. Da Praça Oswaldo Cruz, por volta das 11h30, o público saiu em cortejo pelas avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio, até o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera.

 

Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo.

 

No Recife

Na capital do Pernambuco, os manifestantes participaram de uma caminhada de quatro horas, que começou às 8h, em direção ao Parque Amorim, na área central.

 

A manifestação também chamou a atenção para as queimadas no Norte do Brasil. “São várias as situações que estão nos preocupando e a Amazônia é uma delas”, destaca o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido.

 

A marcha ocupou quatro faixas da Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias da capital, ao longo de duas quadras.

 

Em Salvador

Por volta das 9h deste sábado, manifestantes foram as ruas do centro, na capital baiana, vestidos de preto ou vermelho onde iniciaram uma marcha de cerca de duas horas depois de ato ecumênico. Entre os participantes, representantes de sindicatos, religiosos, estudantes e cientistas. O grupo tem a intenção de seguir até a Praça Castro Alves.

 

“O presidente convocou os patriotas para que usassem verde e amarelo em homenagem à Amazônia. Já os movimentos estudantis convocaram os estudantes e toda a sociedade para vir para a rua de preto, em luto pelo que está acontecendo na Amazônia e contra os atentados à educação. O que nos motiva é a defesa do nosso País, patriotismo de verdade, não essa imagem que ele está tentando vender”, afirma Debora Nepomuceno, de 20 anos, vice-presidente nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

 

Belo Horizonte

Manifestantes ainda realizam protestos em Belo Horizonte contra o governo de Jair Bolsonaro. O ato, que integra o Grito dos Excluídos, acontece sob o viaduto Santa Tereza, na região central da capital mineira.

 

Parte dos presentes veste preto, em reação a convocação de Bolsonaro para que a população saísse às ruas com roupas verde e amarelo neste sábado. Muitos, porém, preferiram o vermelho.

 

Faixas de “Lula Livre” foram espalhadas pela região. Predomina no protesto cartazes e placas exigindo investimentos na área da educação. Alunos e professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) usavam camisetas com a frase “conhecimento sem cortes”.

 

Outros protestos em Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, Macapá, Boa Vista, Porto Velho e Manaus foram registrado na tarde deste sábado. Em João Pessoa, manifestações ocorreram na sexta-feira (6) durante o Grito dos Excluídos.

 

Protestos nas Redes Sociais

Teste de popularidade diante do público presente na solenidade em Brasília, o desfile de 7 de setembro também aqueceu as redes sociais na manhã deste sábado. Entre os dez assuntos mais comentados do momento no Twitter, por exemplo, chegaram a figurar as hashtags #7deSetembro e #Dia7dePretoNaRua e as expressões “Dia da Independência” e “Feliz 7”. Houve espaço também para comentários sobre Dom Pedro I, que em 1822 declarou a independência brasileira em relação a Portugal — ele também apareceu entre os temais mais explorados.

 

Da Redação com informações da Folha de S. Paulo
Portal WSCOM


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