Economia & Negócios

Blog WS analisa diferenças de gestão do Carnaval de Recife comparado a J.Pessoa

ANÁLISE IMPORTANTE


04/02/2018



O novo texto do Blog de Walter Santos trata de forma profunda as diferenças de perfil e estrutura do Carnaval de Recife comparando com o Folia de Rua e Carnaval Tradição, em João Pessoa. Ele esteve no Baile Municipal de Recife, sábado, 2, a convite/credenciado da Prefeitura municipal.

Walter Santos tem a condição de fundador e ex-presidente da Associação Folia de Rua, além de grande defensor do Centro Histórico de João Pessoa. Ele é também ex-presidente da Associação Paraibana de Imprensa por dois mandatos.

Eis a análise a seguir:

Como Recife celebra a Consagração do Carnaval Versus os Dramas continuados de nossa Folia

Todos os que cultuam algum zelo ou admiração pelo Carnaval de Recife/Olinda invariavelmente precisa se fazer presente no Baile Municipal realizado sábado, 2, no Classic Hall – complexo comandado pelo mega empresário paraibano Luiz Augusto. Se for para entender a força da organização dessa Indústria Cultural, então precisará conhecer História, Sociologia e Mercado. Como contra-ponto, entretanto, exige-se comparar com o Folia de Rua e Carnaval Tradição, em João Pessoa, e assim sabe-se o tamanho e resultado de cada um deles.

UM FILTRO MINIMO NO BAILE MUNICIPAL

Recife se orgulha do seu patrimônio imaterial em torno do Frevo. Na versão 54a, no Classic Hall, uma multidão envolveu mais uma vez todas as classes sociais, gêneros e diferenças para celebrar 70 Anos de profissão no Frevo de Claudionor Germano, maior símbolo do Frevo, num palco totalmente tomado de pernambucanos, à exceção de Elba paraibana Ramalho.

O Baile com todos à Fantasia homenageou Nena Queiroga, compositora e intérprete famosa nas bandas recifenses, da Queirogada e irmã do genial Lula. Com ela, e depois com maestro Spok (e orquestra), subiram ao palco todos grandes nomes, como Maestro Forró, Nação Zumbi Incendiando a Festa, Fatima Amaral, etc, com moral da gota serena.

Detalhe: todo o repertório do Baile tomado de autores e músicas ligadas ao Frevo e Maracatu sem precisar da música do Modismo para lotar a festa. Elba e seu vestido cumprido, estético, mostrou que se levanta a galera com música boa e sem bunda à mostra.

Isto diante das mais importantes autoridades politicas e econômicas, a partir do governador Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Júlio, do Recife com quem estivemos.

O HISTÓRICO E O NIVEL DE ORGANIZAÇÃO

São muitos os fatores a fortalecer Recife como base de Grande Carnaval. A começar pela postura da sociedade, que ela exalta  seus valores culturais no Frevo, Maracatu, etc de forma singular. Há um delirio em reverenciamento a tudo isso, que assim se torna imperioso. A auto estima pernambucana é extraordinária.

Além dos muitos talentos, a Festa espalhada nos quatro cantos, tem abnegados carnavalescos nos bairros, mas tem também autoridades e empresários tratando da questão organizacional de forma profissional e de resultados com o Marketing funcionando gerando dinheiro e lucratividade.

Exemplo: há anos a AMBEV domina com sua marca no Carnaval mas tendo de investir R$ 32 milhões nos últimos anos, sem contar os recursos próprios do Governo e prefeitura.

Tudo isso dentro de uma concepção de Identidade multi-cultural ampla, onde além do Frevo e Maracatu estão assegurados os ritmos das outras tribos (rock, reaggae, rap, funk, etc) em pleno Carnaval.

O CASO DA FOLIA DE RUA E TRADIÇÃO

Em 2018, os dois maiores eventos carnavalescos convivem com os mesmos dramas de sobrevivência minima somente possivel graças aos recursos da PMJP – não chegando a R$ 1.5 milhão. A iniciativa privada, via AMBEV, participa com relés R$ 150 mil – valor inexpressivo para bancar a festa.

Neste ano, a prefeitura resolveu antecipar os valores das agremiações do Carnaval Tradição no valor de R$ 400 Mil. Ajudou,mas ainda é tamanho muito àquem do valor dessa gente.

Danado é que o Governo do Estado resolveu não participar mais de apoio financeiro.

O PROBLEMA ESTÁ NA CULTURA DE GESTÃO

Quem conhece do ramo sabe que tanto o Folia de Rua quanto o Tradição precisam repensar tudo, a partir da organização mal resolvida quando depende 100% do organismo público.

Os dois eventos têm condições de sobreviver com auto sustentação, mas a cultura organizacional ultrapassada dominada pela politica partidária, além do mau costume dos Blocos e Agremiações de serem dependentes, fazem Folia e Carnaval uma espécie de Eventos Nanicos, Mendicantes.

Aliás, em 2018, haverá uma oportunidade para mudar o rumo e se fazer como Recife já faz há décadas com total auto sustentação bastando construir uma diretoria capaz deste  grande salto, já que haverá eleição no Folia de Rua.

A hora e oportunidade estão à porta!
 



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