O indice de confiança do consumidor da Fundação Getúlio Vargas recuou 1,9 ponto em junho, para 82,3 pontos, devolvendo a alta do mês anterior. A piora da confiança pode ser reflexo do aumento da incerteza política após 17 de maio, segundo a FGV.

“A piora das expectativas em junho foi fortemente influenciada pelo aumento da incerteza após os eventos de maio e dos riscos de que estes possam impactar negativamente a economia. A sondagem apurou piora das expectativas para o emprego e para as finanças familiares, o que, como em um efeito cascata, também reduzem o ímpeto para compras de bens duráveis nos próximos meses”, diz Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.

Em junho, tanto as percepções em relação à situação atual quanto as expectativas apresentaram resultados inferiores aos mês anterior. O índice da situação atual registrou queda pela terceira vez consecutiva, ao passar de 70,5 para 70,1 pontos, enquanto o índice de expectativas, que havia se recuperado em maio, recuou 2,9 pontos, para 91,7 pontos.

O indicador que mede as perspectivas em relação à situação financeira das famílias foi o que mais influenciou na queda do índice, ao cair 5,6 pontos em relação ao mês anterior, para 89,9 pontos.

“A piora das expectativas sobre a economia, em razão da instabilidade política, juntamente com a dificuldade de recuperação do mercado de trabalho, são fatores que parecem estar contribuindo negativamente na hora dos consumidores pensarem em sua situação financeira familiar fazendo com que as expectativas sobre as finanças familiares e o consumo de bens duráveis tenham se apresentado muito instáveis nos últimos meses”, informou a FGV.

Faixas de renda
Houve queda da confiança em todas as faixas de renda, exceto para famílias com renda mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 – após atingir o mínimo da série de satisfação em relação às finanças no mês anterior, as famílias estão mais otimistas em junho, o que evitou queda maior do índice. As famílias com renda mensal entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 apresentam o terceiro mês de queda consecutivo, com a confiança atingindo 83,6 pontos.