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Renan defende renúncia e eleições indiretas: “Temer compreenderá seu papel”

PAPEL DE TEMER


22/05/2017



Em vídeo de apenas 33 segundos divulgado no início da noite desta segunda-feira (22), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tornou pública a sua opinião sobre "a saída para a crise" política deflagrada pela delação dos executivos do grupo J&F, que levou à abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer, seu correligionário.

Discutida reservadamente com lideranças políticas, entre elas o ex-presidente e ex-senador peemedebista José Sarney, durante esse fim de semana, a sugestão para que Temer renuncie ao cargo foi revelada em declaração sutil, cuidadosamente construída depois que texto divulgado por ele neste domingo (21) não foi entendido por aliados como um posicionamento claro o suficiente.

"Eu tenho absoluta convicção de que o presidente da República compreenderá o seu papel e ajudará na construção de uma saída", declara Calheiros na gravação realizada em sua casa, em Brasília, no fim da tarde. O ex-presidente do Senado, hoje líder do PMDB na Casa, começou sua fala dizendo que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) "se equivoca ao propor o impeachment".

"O impeachment, como vocês sabem, não traz consigo uma solução para a crise. Pior, pode agravá-la. Falo isso com a responsabilidade de quem conduziu o processo anterior", disse o peemedebista, que era presidente do Senado durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no ano passado.

A avaliação de Renan é que um novo processo de afastamento faria o país "sangrar" e que a saída mais adequada seria a saída voluntária de Temer, seguida de eleição indireta –realizada pelo Congresso Nacional. Para o ano que vem, ele defende a convocação de uma Assembleia Constituinte em conjunto com eleições gerais.

Foi isso que o senador quis transmitir ao declarar que "nós precisamos construir uma saída na Constituição que garanta eleições gerais em 2018, e Assembleia Nacional Constituinte". "Fora disso, é o imponderável", vaticina.

Por ser líder da bancada de seu partido no Senado, Renan entendeu que não poderia pedir abertamente a renúncia do presidente. Não à toa, a descrição que acompanhou o vídeo, publicado em suas redes sociais, foi "o que penso sobre a saída para a crise".

Nas últimas semanas, o peemedebista enfrentou uma rebelião dos correligionários ao se posicionar contra as reformas da Previdência e trabalhista, principais projetos do governo federal. A sua destituição da liderança chegou a ser cogitada, com o apoio do Palácio do Planalto.

 


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