Economia & Negócios

Mesmo com queda, endividamento de famílias brasileiras chega a quase 57%

MESMO COM QUEDA


22/12/2016



Em dezembro, 56,6% das famílias brasileiras possuíam algum tipo de dívida. É o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a entidade, este é o menor patamar de endividamento desde 2012.

De acordo com a CNC, o resultado é reflexo do cenário econômico, com juros altos e maior dificuldade para concessão de crédito, que impediu maior impulso nas compras de natal.

Em novembro, o percentual de endividamento das famílias foi de 57,3% e, em dezembro do ano passado, 61,1%.

“Apesar da desaceleração da inflação, a manutenção do crédito caro, aliada ao alto nível de desemprego, limita o consumo e, consequentemente, reduz os níveis de endividamento”, apontou o economista da CNC, Bruno Fernandes.

Também diminuiu o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. Em dezembro, ele foi 23% – uma redução de 0,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior e de 0,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O total de consumidores que disse que não ter como pagar as dívidas também caiu na comparação mensal, passando de 9,1% em novembro para 8,7% em dezembro. Em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador apresenta estabilidade.

A pesquisa da CNC também mostrou que houve redução, na comparação com o mês anterior, do total de consumidores que se consideram muito endividados – de 14,1% para 13,8%. Em dezembro de 2015, esse percentual era de 13,5%.

Ainda segundo a pesquisa, 21,5% das famílias têm mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 6,9 meses, sendo que 32,7% possuem dívidas por mais de um ano. O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 63,8 dias.

Para 77,1% dos entrevistados, o cartão de crédito permanece como o principal tipo de dívida, seguido de carnês (14,4%) e, em terceiro, por financiamento de carro (10,4%).



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