Notícias

Presidente do PCdoB/PB comenta importância de Fidel na luta contra imperialismo

LEIA ARTIGO


27/11/2016



O presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Paraíba, Agamenon Sarinho, comentou, neste domingo (27), o falecimento do líder revolucionário Fidel Castro.

Em seu artigo, comenta como teve contato com as ideias socialistas e anti-imperialistas e a importância de Fidel Castro e o regime cubano no embate contra a dominância do capitalismo e na luta por um mundo mais justo.

Leia:
Hasta Siempre, Comandante!

A propósito da morte do comandante Fidel Castro, sinto-me motivado a escrever alguma coisa. Talvez para mim mesmo, mas se tiver alguma repercussão, melhor! Minha admiração por Cuba e por seus líderes, Che Guevara e Fidel Castro, vem de longe. Do longínquo 1968, quando estudante secundarista, do Colégio Estadual do Roger, mergulhei na luta estudantil e na resistência à ditadura militar.

Essa 'entrée' no movimento, se deu de modo até inusitado: encontrava-me num dos corredores do velho Estadual do Roger, papeando com um colega de turma – Ademar Moreira, hoje deve ser servidor aposentado da Previdência – e dizia-lhe que acabara de “ler o livro 'Crimes de Guerra no Vietnã', de Bertrand Russell…” quando de súbito, somos interrompidos por um aluno que passava e ouviu nossa conversa: “rassel, Bertrand rassel!” – corrigindo-me a fonologia. Não era ninguém menos que Antônio Soares, o 'Help', o principal líder estudantil do colégio e uma das principais lideranças secundaristas da Paraíba naquele agitado 68. Dalí já saí com a promessa de empréstimo de outros livros e, entre esses, “Furacão Sobre Cuba”, onde o filósofo francês Jean Paul Sartre disserta sobre o imperialismo norte-americano, narra a epopeia da Revolução Cubana e, especialmente, o perfil do líder cubano como um 'humanista' profundamente tocado pelas injustiças contra o seu povo.

O engajamento político e a adesão ao PCdoB em 1970, levou-me a conhecer mais o pensamento e as características dos revolucionários vizinhos. O decorrer do tempo, malgrado as vicissitudes da luta pelo socialismo, findou por marcar ainda mais fortemente os papéis de Cuba e de Fidel como referências inelutáveis da resistência contra o capitalismo dominante, independente da feição ou denominação que lhe queiram dar. O fato é que a morte colhe Fidel num momento em que Cuba encara êxitos inquestionáveis econômicos e políticos – para além de suas já tradicionais marcas nas áreas de saúde e educação.

Óbvio que a morte de Fidel era algo já esperado, não tem o mesmo impacto sobre as forças de esquerda que teve a de Che, por exemplo. Trata-se da inexorabilidade da vida biológica. Neste aspecto, o Comandante também foi vitorioso, considerando-se as centenas de tentativas de assassinato de que foi vítima. Assim o sentimento hoje da esquerda, dos democratas e progressistas de todo o mundo é, sem dúvidas de perda do estadista, do líder, do revolucionário. Mas é também um sentimento de certeza de que Fidel deixa seu nome inscrito na história, contribuiu para a construção de um mundo menos injusto e fonte de inspiração e exemplo para milhares de lutadores, que como ele, também se indignam com as injustiças do capitalismo.

O dirigente comunista Haroldo Lima, ao comentar a morte de Fidel Castro no Portal Vermelho, concordando que tal fato se constitui numa grande perda, cita o líder chinês Mao Tsé Tung (continuo preferindo a velha grafia): "todo homem tem de morrer um dia, mas nem todas as mortes têm o mesmo significado…a de uns tem mais peso que o monte Tai, a de outros pesa menos que uma pena”. Certamente os protagonistas da onda facistizante a comemorarão atribuindo o peso do monte Tai, mas os lutadores de todo o mundo, a juventude, homens e mulheres progressistas a receberam como uma pena a estimular um novo ciclo de luta pelo socialismo. Vale a pena repetir a frase da deputada Luciana Santos, presidenta do PCdoB: “…nos rendemos à tristeza natural pela despedida a um grande líder, ao mesmo tempo nos inspiramos em seu pensamento e seu legado para transformar a lágrima em prática revolucionária, para transformar o luto em luta."

Hasta Siempre, Comandante!


Em cumprimento à Legislação Eleitoral, o Portal WSCOM suspende temporariamente os comentários dos leitores.