Economia & Negócios

Fim da versão impressa do Jornal da PB reafirma caminho natural para Web, diz WS

Mídia Digital


08/04/2016

O jornalista Walter Santos, diretor-presidente do Grupo WSCOM, comentou em nova coluna publica no Portal WSCOM Online a notícia do encerramento da circulação da edição impressa do Jornal da Paraíba. No texto, WS promove uma reflexão sobre a forte crise econômica que atinge também o mercado da mídia, e afirma que o caso reafirma a tendência natural de migração dos veículos tradicionais, em versão de papel, para o on-line.

“Traduziu-se, isto sim, em acatamento à realidade da revolução mais impactante de todos os tempos advindas da Internet e, ato seguinte, as redes sociais. Não dá para competir com a velocidade e volume expressos a cada minuto na WEB”, argumenta Walter.

Confira a coluna do jornalista abaixo, na íntegra:

A WEB, os novos hábitos e a Crise tiram Jornal da Paraíba de circulação

Circula nas redes sociais e entre diversos formadores de opinião o comunicado do empresário Eduardo Carlos, presidente da Rede Paraíba de Comunicação, informando que no próximo dia 12 (terça-feira) a versão impressa do Jornal da Paraíba – diário com 45 anos no mercado – deixa de circular no estilo tradicional e passa a existir exclusivamente na versão digital.

Conhecendo como imagino conhecer o empresário José Carlos da Silva Júnior, um vitorioso na iniciativa privada, somente os números frios da receita e despesa poderiam fazê-lo ser convencido de que o seu jornal no formato tradicional a lhe dar orgulho não podia mais continuar acumulando prejuízo.

NOVA REALIDADE DE MERCADO

O fato é que Eduardo Carlos resolveu assumir a difícil decisão de estancar prejuízo numa matriz de informação superada pela velocidade do que surgiu depois do advento da WEB, mas onerosa com custo de papel e derivados de petróleo em dólar.

Também não se trata de fracasso porque o Grupo manterá o jornal no formato digital ao qual todos os impressos devem migrar no decorrer dos dias.

Traduziu-se, isto sim, em acatamento à realidade da revolução mais impactante de todos os tempos advindas da Internet e, ato seguinte, as redes sociais. Não dá para competir com a velocidade e volume expressos a cada minuto na WEB.

Certamente, com esta decisão, o Grupo deva proceder novos cortes de pessoal e reengenharia porque a barra anda pesada demais.

EFEITOS NO MERCADO

A decisão do grupo inspirado a partir do empresário José Carlos da Silva Júnior deve ser seguida muito em breve, por exemplo, pelo Jornal Correio da Paraíba, cujo trato de avaliação e possibilidade de seguir mesmo rumo já se fez sentir em diversas reuniões.
Impressos nacionais também vão ter que encarar este duro e inevitável caminho de readequação de meios. Não é à toa que a Revista NORDESTE já trabalha forte e se expandindo cada vez mais para a modalidade digital.

ALÉM DA NOVA CULTURA, A CRISE

Os novos hábitos levando até mesmo as gerações acima dos 50 anos a migrar fortemente para a plataforma digital, através do mobile (fruto dos celulares cada vez mais sofisticados) fizeram com que, aos poucos, até mesmo os anunciantes tenham migrado também para esta nova realidade cultural.

Os anunciantes tradicionais também passaram a investir menos no impresso, realidade que foi aguçada nos últimos tempos pela crise econômico – financeira mantida no Brasil pela crise política no Congresso Nacional e pela postura partidária da grande mídia de incentivar, artificializar mais ainda os momentos de retração.

O CASO DA WSCOM

Desde 2014 que o Portal WSCOM e a Revista NORDESTE convivem com a necessidade de ter se refazer sua estrutura e modelo de produção. Os últimos anos foram insuportáveis, ou quase isso, diante da crise imposta pela retração econômica fazendo clientes do porte da Hyundai cancelar toda publicação, por exemplo, de cinco páginas regulares na publicação.

Foram muitas as negociações trabalhistas para evitar o pior. Ainda estamos honrando, cumprindo com os compromissos assumidos em juízo, mas, não fosse a decisão de reduzir custos, certamente não estaríamos contando esta dolorosa história de crise financeira, mas que passará porque, como dizia o filósofo Nelson Ned – “Tudo passa, tudo passará”.

Ainda bem que resistimos bravamente para nova fase de recuperação. Só que tem empresa numa área de alta competitividade e estrutura considerável pode dimensionar o que é ser empreendedor neste Estado.

A SABEDORIA COM SENTIMENTO

O que família Carlos produziu nesta quinta-feira certamente gerou desconforto emocional ao estilo dos homens tradicionais, mas, na prática, com o passar dos dias certamente se sentirá confortada de que fez a melhor opção em tempo certo.



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