Economia & Negócios

Dólar opera em alta e chega a bater R$ 3,85


16/03/2016

O dólar opera em alta mais uma vez nesta quarta-feira (16), reagindo, primeiro à expectativa pela manhã, e depois, no início da tarde, à confirmação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o novo chefe da Casa Civil.

Às 14h09, a moeda norte-americana subia 0,68%, vendida a R$ 3,7888, após atingir R$ 3,8542 na máxima do dia, segundo a Reuters.

Mais cedo, o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou em sua conta no Twitter que Lula assumiria a Casa Civil no lugar de Jacques Wagner. O dólar acelerou a alta com a confirmação e atingiu as máximas do dia, para em seguida perder um pouco do fôlego com realização de lucros, destaca a Reuters.

Acompanhe a cotação do longo do dia:
Às 9h09, alta de 1,31%, a R$ 3,8125.
Às 9h19, alta de 1,58%, a R$ 3,8226.
Às 9h39, alta de 1,71%, a R$ 3,8275.
Às 9h59, alta de 1,35%, a R$ 3,8139.
Às 10h39, alta de 1,28%, a R$ 3,8113.
Às 11h, alta de 1,24%, a R$ 3,8098.
Às 11h49, alta de 1,76%, a R$ 3,8291.
Às 12h39, alta de 1,74%, a R$ 3,8284.
Às 12h50, alta de 1,32%, a R$ 3,8216.
Às 13h10, alta de 0,7%, a R$ 3,7895.
Às 13h49, alta de 0,5%, a R$ 3,7818.

Rumores sobre saída de Tombini
O humor do mercado também está sob influência dos rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini possa deixar o cargo. Segundo o blog da colunista do G1 Thais Herédia, "a saída de Tombini é uma ameaça, mas é real", de acordo com uma fonte do mercado, próxima à Tombini.

"Seria uma volta à nova matriz econômica", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à Reuters. "Isso é muito ruim para o Brasil."
Dilma estava reunida nesta manhã com Lula e os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Jaques Wagner. Ainda não foi feito um anúncio oficial.

"O mercado está muito volátil e guiado pelo noticiário. Não descartamos mudanças súbitas de direção (do câmbio) no caso de novos acontecimentos – algo que não é difícil de encontrar no Brasil hoje em dia", escreveram estrategistas do banco BNP Paribas em nota a clientes.
Analistas consultados pela Reuters afirmam que seria infrutífero usar as reservas internacionais para enfrentar a crise econômica no Brasil, como sinalizado pelo governo recentemente. Segundo eles, isso aumentaria o descrédito com o país e teria consequências inflacionárias.

Cenário externo
O cenário local deixou em segundo plano a decisão do Federal Reserve, que será divulgada às 15h (horário de Brasília) e seguida de entrevista da chair, Janet Yellen, meia hora mais tarde. Operadores esperam que o banco central norte-americano mantenha os juros agora, mas querem ver pistas sobre quando pretende voltar a elevá-los.

Eventual aumento de juros nos EUA pode levar à saída de dólares de países considerados menos seguros, como o Brasil.
Estrategistas do banco BNP Paribas sugeriram a clientes que realizem lucro em apostas na fraqueza do real em relação ao peso mexicano, operação que rendeu ganhos expressivos neste mês.

"O mercado está muito volátil e guiado pelo noticiário. Não descartamos mudanças súbitas de direção (do câmbio) no caso de novos acontecimentos — algo que não é difícil de encontrar no Brasil hoje em dia", escreveram eles em nota a clientes.

Atuação do BC

Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em abril, que equivalem a US$ 10,092 bilhões, com oferta de até 9,6 mil contratos.

Véspera

Na véspera, o dólar avançou 3,03%, cotada a R$ 3,763 – a maior alta desde 13 de outubro de 2015 (3,58%). A moeda dos EUA acumula alta de 4,79% só nesta semana, diante do novo cenário político, sendo que havia despencado 10,30% neste mês até o fim da semana passada.



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