Economia & Negócios

Dilma diz que ‘não há hipótese’ de o governo interromper o ‘Minha Casa, Minha Vi

Mesmo com a Crise


16/09/2015



A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (16), em evento de entrega de moradias em Presidente Prudente (SP), que "não há hipótese" de o governo não executar a terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida, ainda sem data para ser lançado. Ela admitiu que o país passa por dificuldades e que o governo está de "cinto apertado", mas ressaltou que o programa de moradias é prioritário.

"Nós hoje vivemos um momento de dificuldades. Todas as famílias sabem o que é passar por dificuldades. Diminui um pouco o dinheiro que nóss temos. Então nós vamos começar o Minha Casa Minha Vida 3 com cuidado, mas vamos começar. Não vai haver hipótese de a gente não continuar o Minha Casa Minha Vida 3. Não há essa hipótese", afirmou a presidente.

Na última quinta-feira, o governo anunciou mudanças de regras do programa. Entre elas, está o aumento dos juros cobrados para famílias que recebem a partir de R$ 2.350 por mês. Nesta semana, o Minha Casa Minha Vida foi alvo de cortes de despesas anunciado pela equipe econômica. O governo decidiu tirar R$ 4,8 bilhões do programa e buscar recursos extras para o Minha Casa no FGTS.

Segundo Dilma afirmou no discurso no interior paulista,"todos os esforços" estão sendo feitos para que o Minha Casa Minha Vida 3 seja "contratado e entregue".

"Nós vamos fazer com cuidado, tendo em consideração as dificuldades, como qualquer família, a gente tem de dar uma apertada no cinto e preservar aquilo que é melhor para o futuro das pessaos. É por isso que a gente está dando um aperto no cinto. Não é para acabar com tudo, pelo contrario, é para manter aquilo que é mais importante", completou Dilma.

‘Golpe’
Sem mencionar diretamente a oposição, a presidente Dilma Rousseff afirmou ainda que "qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe". Na cerimônia de entrega de 2,3 mil moradias do programa Minha Casa, Minha Vida no interior paulista, a petista também voltou a ressaltar que, na opinião dela, há muita gente no país que aposta no "quanto pior, melhor".

Mais cedo, em uma entrevista para a Rádio Comercial, de Presidente Prudente, a presidente também comentou indiretamente as movimentações dos oposicionistas na Câmara dos Deputados. Na ocasião, ela disse que usar a crise pela qual o país passa para chegar ao poder é uma "versão moderna do golpe".

"Na política, o quanto pior leva ao pior, porque nós conquistamos a democracia com imenso esforço. Qual é a base da democracia? A base da democracia é a legalidade, a legitimidade dada pelo voto. Voto de quem? De cada um dos brasileiros e brasileiras. Essa legitimidade é a base da democracia", declarou Dilma no evento no município paulista.

"Qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. É golpe! Principalmente, quando esse caminho é feito só de atalhos, de atalhos questionáveis. Além disso, eu queria dizer a vocês a parte que mais me interessa: o outro caminho é torcer para o Brasil piorar, e ter o pessimismo na cabeça. Quem acha que tudo vai dar errado, chama o erro para si mesmo. Quem acha que tudo era ruim, chama a dificuldade para si mesmo. A gente tem de ter primeiro tranquilidade pra reconhecer onde está o problema", complementou.

Nesta terça-feira, deputados de seis partidos da oposição (PSDB, DEM, PPS, SD, PSC e PTB) apresentaram uma questão de ordem indagando formalmente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre os mais de dez pedidos de abertura de processo de impeachment da presidente da República enviados à Casa.

A estratégia abre caminho para que se discuta oficialmente o tema na Câmara. Em agosto, Cunha já havia rejeitado quatro pedidos que não cumpriam requisitos formais. Outros pedidos, porém, ainda aguardam a sua apreciação, entre os quais o do advogado Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT que se afastou do partido em 2005, em meio ao escândalo do mensalão.

Pelo regimento interno da Câmara, o presidente da Casa tem o poder de decidir sozinho sobre a abertura ou não do processo de impeachment.

Protesto
A visita de Dilma a Presidente Prudente levou integrantes de 46 grupos a organizar uma manifestação no Parque do Povo, região de grande movimento na cidade. Eles instalaram na área o boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, batizado de “Pixuleco”, que já esteve presente também em outras manifestações pelo país.



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