Educação

Professores da UFCG realizam assembleia para avaliar adesão à greve nacional

Greve


16/06/2015

Os docentes da Universidade Federal de Campina Grande dos Campi de Campina Grande, Cuité, Sumé e Pombal realizarão nesta quarta-feira (17), a partir das 9h30, uma assembleia simultânea para avaliar a proposta de adesão à greve nacional da categoria. Atualmente, 30 seções do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior-ANDES-SN já paralisaram.

Segundo a diretoria da ADUFCG, depois da última assembleia da categoria para decidir pela deflagração de greve, no dia 25 de maio, os servidores da UFCG entraram em greve, os estudantes de vários campi realizaram assembleias e indicaram ou decretaram estado de greve, além dos trabalhadores terceirizados realizarem uma grande mobilização por causa de atrasos de salários.

Também dentro da mudança da conjuntura na universidade, os professores dos Campi de Patos e Cajazeiras da UFCG e os docentes da Universidade Federal da Paraíba-UFPB também aderiram a greve nacional, fortalecendo o movimento grevista na Paraíba.

Por outro lado, a greve dos professores cresceu rapidamente, passando de 18 para 30 seções do ANDES-SN, em quase 30 universidades federais, com a possibilidade de um crescimento ainda maior nas próximas semanas, com a intensificação da mobilização nacional da categoria.

A diretoria da ADUFCG entende que “motivos não faltam para os professores estarem em greve, desde a luta geral em defesa do caráter público, gratuito, laico e socialmente referenciado das IFEs, projeto esse cada vez mais ameaçado em função da disseminação crescente de práticas privatizantes e antidemocráticas em seu interior; a reestruturação da carreira docente, ameaçada de morte devido às consequências nefastas do acordo assinado, à revelia do ANDES-SN e da própria categoria, entre o sindicato pelego PROIFES e o MEC em 2012; da busca de melhores condições de trabalho e estudo e da valorização salarial para ativos e aposentados”.

O diretor secretário da ADUFCG, Luciano Mendonça, lembra que “devemos somar esforços junto aos docentes em greve da UFCG e demais universidades, na luta coletiva em defesa de nossos direitos, exigindo assim com a nossa força abertura efetiva de negociação diante de um governo extremamente intransigente, no que diz respeito às reinvindicações básicas dos trabalhadores da educação e do serviço público federal como um todo”.

A assembleia simultânea dos professores acontecerá em Campina Grande, a partir das 9h30, no Ginásio de Esportes da UFCG, e nos campi de Cuité, Pombal e Sumé, em salas ou auditórios a serem reservados pelas Secretarias Adjuntas da ADUFCG.

TEXTO DE AVALIAÇÃO DA DIRETORIA DA ADUFCG SOBRE A CONJUNTURA

A greve nacional dos professores das federais e a ADUFCG: todos à Assembleia Geral de 17 de junho de 2015. No dia 25 de maio de 2015 a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Seção Sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior-SN), legítima representante sindical dos professores dos campi de Campina Grande, Cuité, Sumé, Pombal e Sousa, realizou uma das maiores e mais concorridas assembleias da categoria verificadas nos últimos anos. Em pauta a discussão da greve nacional das Instituições Federais de Ensino Superior e o posicionamento dos docentes da base sindical da ADUFCG. Depois de horas de acalorados debates, os professores decidiram, por uma diferença de apenas quatro votos (178 x 174), não aderir naquele momento à greve nacional da categoria. Desde então, contudo, a conjuntura mudou, exigindo da categoria uma análise precisa dos fatos e, partir daí, nova tomada de posicionamento do movimento docente.

Nesse sentido, o que no momento da nossa última assembleia geral ainda era uma possibilidade se transformou em realidade, pois os professores das IFEs brasileiras entraram em greve por tempo indeterminado na data prevista, ou seja, 28 de maio de 2015. Embora acelerada pelo agravamento da crise gerada com o anúncio no corte de mais de R$ 9,4 bilhões do já limitado orçamento do Ministério da Educação, a realidade já colocava a necessidade do movimento paredista como resposta organizada e coletiva da categoria aos ataques perpetrados pelo governo e seus aliados.

Motivos não faltam para os professores estarem em greve, desde a luta geral em defesa do caráter público, gratuito, laico e socialmente referenciado das IFEs, projeto esse cada vez mais ameaçado em função da disseminação crescente de práticas privatizantes e antidemocráticas em seu interior; a reestruturação da carreira docente, ameaçada de morte devido às consequências nefastas do acordo assinado, à revelia do ANDES-SN e da própria categoria, entre o sindicato pelego PROIFES e o MEC em 2012; da busca de melhores condições de trabalho e estudo e da valorização salarial para ativos e aposentados.

Iniciada com a adesão de 18 Associações Docentes, em pouco mais de duas semanas a greve já foi deflagrada em outras 12, perfazendo um total de 30, distribuídas por quase três dezenas de IFEs brasileiras. Embora ainda não seja o desejável, particularmente em comparação com o universo geral das ADs que formam a base do ANDES-SN, esse quadro tende a crescer com o passar do tempo e a intensificação da mobilização.

No que diz respeito à UFCG, a partir de assembleias convocadas pela ADUFCG-Patos e ADUC, os professores dos campi de Patos e Cajazeiras estão em greve, respectivamente, desde os dias 28/05/15 e 08/06/15. Os técnicos-administrativos também se encontram em greve desde o dia 28/05/15. Quanto aos estudantes, estão mobilizados em defesa de sua pauta por melhores condições de estudo, tendo inclusive em alguns campi decretado estado ou indicativo de greve. Soma-se a isso a heroica luta travada pelos trabalhadores terceirizados da instituição contra as precárias condições de trabalho e salário a que estão submetidos pela ação deletéria das empresas contratadas e a cumplicidade da administração superior da UFCG, que não toma nenhuma medida concreta para barrar esse verdadeiro processo de escravidão moderna em pleno “templo” do saber. Por último, convém lembrar que a outra universidade pública federal do Estado, a UFPB, também se encontra com suas atividades acadêmicas totalmente paralisadas desde 28/05/15, com a adesão à greve dos três segmentos.

Diante dessa realidade dinâmica, a diretoria da ADUFCG não permaneceu parada. Nesse meio tempo, em conjunto com a Comissão Local de Mobilização, realizou diversas atividades no sentido de acompanhar a conjuntura e manter a categoria informada e mobilizada. É nesse contexto, portanto, que estamos convocando uma nova assembleia geral para o próximo dia 17/06/15, pois o quadro que já era grave em 25/05/15 tornou-se dramático, confirmando a justeza da nossa avaliação anterior. Desse modo, entendemos que os professores dos campi de Campina Grande, Cuité, Sumé, Pombal e Sousa não podem ficar isolados da realidade mais ampla. Ao contrário, devemos somar esforços junto aos docentes em greve da UFCG e demais IFEs, na luta coletiva em defesa de nossos direitos, exigindo assim com a nossa força abertura efetiva de negociação diante de um governo extremamente intransigente, no que diz respeito às reinvindicações básicas dos trabalhadores da educação e do serviço público federal como um todo.



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