Economia & Negócios

Mulher recebe mensagens de paquera supostamente enviadas por funcionário da NET

Da Net


27/05/2015

{arquivo}A jornalista Ana Prado publicou em seu Facebook nesta terça-feira (26) uma série de mensagens que ela teria trocado com um funcionário da NET. Em postagem na rede social, ela afirmou que havia recebido naquela manhã uma ligação da empresa, que vende serviços de internet, telefone e televisão a cabo, para oferecer um pacote. Logo depois, o suposto funcionário teria adicionado Ana no Whatsapp e mandado uma mensagem.

"Hoje de manhã me ligaram da Net para oferecer um pacote. Disse que não estava interessada, agradeci e desliguei. Agora o cara me adicionou no WhatsApp sem permissão, me mandou estas mensagens, disse que eles têm ‘acesso a todos os dados dos clientes’, se recusou a deletar meu número, tá levando tudo na brincadeira e me desafiou a processá-lo. NEToficial, por favor, que merda é essa?", disse Ana no post, que já teve mais de 7 mil curtidas e 2 mil compartilhamentos.

"Oi!! Rs Falei com você hj hahaha desculpa… Mas fiquei curioso rs Por conta da sua voz rs" (sic)", afirma a mensagem recebida por Ana. Ela imediatamente perguntou se a pessoa era o atendente da NET, afirmando que aquilo era muito invasivo. "Pode render processo pra você e para empresa onde você trabalha", avisou.

Em seguida, o interlocutor disse ter acesso a todos os dados dos clientes, mas afirmou que Ana podia ficar tranquila. "Só gravei o número do seu celular no meu". A jornalista pediu que ele a deletasse. Ele se recusou, dizendo apenas que deixaria de mandar mensagens. Sobre a ameaça de processo, o suposto funcionário disparou: "caso queira me processar, fique à vontade".

À Época NEGÓCIOS, a NET afirmou que divulgará um posicionamento ainda nesta quarta-feira. Pelo Twitter, a empresa pediu para entrar em contato com Ana.

Outras mulheres, como Bárbara Lima, também se manifestaram, dizendo que já tinham passado pela mesma situação, não só com a NET, mas com outras empresas de telefonia.

Bárbara afirmou que não tem vontade de entrar na Justiça por causa do ocorrido. Segundo ela, o problema levanta uma questão que vai além da discussão sobre machismo versus feminismo, como algumas pessoas e sites estão levantando. "Como as empresas estão se portando e orientando seus funcionários quanto ao uso dos dados pessoais de seus clientes?", diz. "Acho muito importante as empresas criarem um código de conduta claro para seus funcionarios em relação ao trato com os clientes".

{arquivo}Em comentários posteriores na rede social, Ana Prado afirmou que não queria se vingar do atendentes, apenas gostaria que a NEToficial desse uma satisfação. "Eu acho que ele só reproduziu um comportamento que deve ser comum ali", disse.

"Quem tiver história parecida compartilha, por favor. Eu postei isso porque a gente precisa discutir como essas empresas estão lidando com os nossos dados e a nossa própria integridade física. Cadê treinamento pra esse pessoal? O treinamento é só pra conseguir vender pacotes? Essas pessoas têm acesso aos nossos dados, realizam serviços dentro da nossa casa", escreveu.

Resposta
Na tarde desta quarta-feira (27/05) a NET enviou um posicionamento sobre o caso. Confira a íntegra abaixo:

Com base nas informações tornadas públicas pela cliente Ana Prado em 26/05/2015, a NET informa que está averiguando o fato relatado e tomará todas as medidas cabíveis para apurar, identificar e afastar sumariamente qualquer colaborador ou prestador de serviço que faça uso indevido de informações pessoais, confidenciais e sigilosas de nossos clientes.

Estamos, ainda, solicitando à cliente para que faça registro de um Boletim de Ocorrência na Polícia, a fim de que o fato seja apurado também na esfera criminal.

Cumpre ainda esclarecer a todos os nossos clientes que tratamos suas informações pessoais com as mais rigorosas práticas e políticas de proteção ao sigilo. Todos os prestadores de serviços da companhia estão obrigados contratualmente a assegurar a proteção dos dados dos consumidores e são proibidos de utilizar estas informações para qualquer outro fim. Também ficam cientes das sanções contratuais, cíveis e criminais aplicáveis em caso de descumprimento.

Além disso, os colaboradores envolvidos em atividades de atendimento ao cliente têm acesso aos dados estritamente necessários para executar suas funções, sempre de forma individualizada e rastreável.

A Vivo, que também foi mencionada em algumas mensagens de pessoas que relataram problemas semelhantes, de funcionários entrando em contato por motivos pessoais, também enviou uma resposta:

A Telefônica Vivo informa que os casos mencionados pela reportagem encontram-se em apuração interna e estão totalmente desalinhados com as práticas e valores da empresa. Se for constatada a conduta incorreta dos atendentes, a companhia tomará as medidas administrativas cabíveis. Além disso, a orientação aos profissionais será reforçada, além da empresa adotar ações preventivas para evitar que situações desse tipo voltem a ocorrer.

A empresa reforça, ainda, que realiza campanhas de conscientização em segurança da informação periodicamente, com orientações sobre as normas de segurança, em especial sobre a proteção dos dados de clientes. A companhia também conta com um canal de denúncias para tratamento, análise e respostas relacionadas a possíveis incidentes de segurança da informação, por meio do e-mail csirt.br@telefonica.com.

Outro caso
{arquivo}Uma jovem que não quis se identificar contou à Época NEGÓCIOS que passou por uma situação constrangedora com um técnico da NET. Em março deste ano, no dia de seu aniversário, ela solicitou assistência para um problema relacionado à internet. "Eu geralmente sou educada com as pessoas que vão prestar algum serviço pra mim, afinal quando você é simpático, as pessoas tendem a ser resolutivas com o seu problema", afirmou. Ao ser informada de que o problema havia sido resolvido, ela apertou a mão do técnico para agradecer.

O funcionário foi embora, mas tocou a campainha de novo dizendo que achava que tinha esquecido de colocar o cabo do telefone do lugar. Apesar de lembrar que ele não tinha mexido no telefone, a jovem autorizou novamente a entrada. Desta vez, na hora de ir embora, o técnico perguntou se ela era menor de idade, mas ela fingiu que não ouviu. Alguns minutos depois, ele ligou repetindo a pergunta. Logo depois, perguntou se ela tinha namorado. A cliente desligou e logo em seguida interfonou para a portaria perguntando se o técnico já tinha saído do prédio. Descobriu que sim e orientou os funcionários a não o deixarem entrar novamente.

"Depois disso eu mudei drasticamente a maneira que eu trato homens que vão fazer algum tipo de serviço semelhante a esse. Geralmente, não olho nos olhos e aperto de mão nunca mais", disse.



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