Política

Tumulto impede debate na ALPB e Cunha responsabiliza RC por falta de segurança

Câmara Itinerante


10/04/2015



{arquivo}A sessão especial que debateria reforma política e o pacto federativo brasileiro, na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), na manhã desta sexta-feira (10), acabou não atingindo o seu objetivo. Manifestações provocadas por integrantes do movimento LGBT, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras categorias, prejudicou o andamento dos trabalhos, que integraram o projeto “Câmara Itinerante” e que tinha o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como principal debatedor sobre os dois temas.

Os protestos foram direcionados a Eduardo Cunha, que, inclusive, deixou à Casa de Epitácio Pessoa quando os discursos na tribuna ainda aconteciam, portanto, antes do encerramento da sessão especial. Antes, porém, ele concedeu entrevista à imprensa paraibana. Ele acusou os deputados Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB) de terem incentivado a baderna e o governador Ricardo Coutinho (PSB) de omissão por não ter liberado as forças de segurança para garantir a ordem no debate do projeto Câmara Itinerante na ALPB.

“O que está acontecendo aqui é uma manifestação coordenada pelo deputado do PT, Anísio Maia, que trouxe manifestantes da CUT pra cá e pela deputada Estela Bezerra do PSB, que parece que é ligada ao movimento LGBT e simplesmente esses dois parlamentares introduziram na Assembleia os manifestantes”, acusou.

{arquivo}O presidente da Câmara, inclusive, afirmou que Estela Bezerra teria impedido que a Polícia Militar entrasse na ALPB para retirar os manifestantes. “Acho muito estranho que o governador não tenha garantido a segurança de um evento político numa outra Casa, demonstrando que aqui não se respeita como em Brasília, que se respeita a independência dos poderes. É lamentável que o governador não tenha garantido e tenha furtado de garantir o patrimônio publico, é uma omissão e o governador é responsável”, disse.

Intolerância do PT
O presidente da Câmara acusou ainda o Partido dos Trabalhadores (PT) de promover protestos com base na intolerância de ideias e desrespeito ao contraditório.

“O PT mostra a sua intolerância em todos os locais, o PT faz movimentações orquestradas, mas deveriam, por exemplo, estar ontem na CPI presidida pelo nosso deputado paraibano Hugo Motta (PMDB), onde estava o tesoureiro do PT prestando esclarecimentos sobre a corrupção na Petrobras. Esses movimentos deveriam estar lá, contestando, cobrando por ações da corrupção e não esta tentando impedir o debate da reforma politica. Então essa orquestração feita pelo PT e feita por pessoas que são ligadas a muitos movimentos e que não pode ser aceita dentro da democracia, a baderna”, disse.

Diálogo constante
{arquivo}O deputado afirmou que o diálogo constante é necessário. “Estou sempre aberto a qualquer diálogo, a Casa, a Câmara dos Deputados está sempre aberta ao diálogo. Viemos debater reforma política, pacto federativo e foi oferecido, como é oferecido em todos os locais que se inscrevam, que debatam e que possam falar aquilo que quiserem, agora quando querem vir fazer baderna eles têm objetivo político. O PT não vai constranger o PMDB pelo pais, o PMDB não vai aceitar ser constrangido pelo PT, esse é o recado que nós temos a dar”, ressaltou.

Estremecimento com Michel Temer?
Ao ser questionado se o seu posicionamento na presidência da Câmara dos Deputados teria o aval do vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, Cunha foi direto e seco: “Vossa excelência pergunte a ele”.

E finalizou, “não existe um lugar que eu vá que não tenha a garantia de segurança dada pelo poder público, aqui o Governo não está dando a garantia de segurança. O presidente da Assembleia, na minha frente, requisitou a força policial”.

Galdino cobrou igualdade
{arquivo}Ao abrir a sessão especial, o presidente da ALPB, Adriano Galdino (PSB), fez um discurso cobrando o apoio da Câmara dos Deputados para a liberação de recursos federais para obras hídricas. Ele citou o atraso na conclusão da transposição do Rio São Francisco e falou sobre a discriminação da União com o Nordeste e com a Paraíba. “Queremos um Nordeste forte, queremos uma Paraíba forte e queremos que o nosso Estado seja respeitado como deve”, disse.

Protestos
Após o discurso, o deputado Hugo Mota ocupou a tribuna e os protestos ficaram mais intensos nas galerias do plenário Deputado José Mariz. Na oportunidade, o presidente Adriano Galdino pediu aos deputados Frei Anastácio (PT), Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB) para conversarem com os manifestantes.

O deputado Frei Anastácio ficou revoltado com o pedido e disse à imprensa que não tinha nada a ver com a presença dos manifestantes na ALPB. Ele se retirou do plenário em protesto.

{arquivo}Com o clima mais tenso, o presidente Galdino convocou a presença do Choque da Polícia Militar para retirar os manifestantes das galerias e garantir a segurança do evento. Eles revidaram com gritos e palavras de ordem, “se a PM entrar, o vidro cai”, escreveram no vidro da galeria do plenário.

Estiveram presentes na sessão especial os deputados federais da Paraíba, Manoel Júnior (PMDB), Damião Feliciano (PDT), Hugo Motta (PMDB), Efraim Filho (Democratas), Benjamim Maranhão (SDD), Veneziano vital (PMDBO), Wilson Filho (PDT) e Rômulo Gouveia (PSD). Deputados de outros estados também compareceram. A vice-governadora, Lígia Feliciano (PDT), representou o governador Ricardo Coutinho na sessão.


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