Economia & Negócios

WS explica a grave crise na Mídia e analisa causa do fechamento do “Contra Ponto

ECONOMIA E POLITICA


08/03/2015



O analista politico e econômico do Portal WSCOM Online, jornalsita Walter Santos, postou neste domingo novo texto de seu Blog em que explica, com riqueza de detalhes, as causas para a crise que afeta os veículos de comunicação do País, a partir dos grandes sistemas de Mídia. Ele analisa ainda causa do fechamento do jornal semanal "Contra Ponto", do jornalista João Manoel de Carvalho.

Eis a análsie:

A GRAVE CRISE NA MÍDIA, OS DESVIOS E O FIM DO CONTRA PONTO


O Brasil do Século XXI de avanços tecnológicos fantásticos experimenta a mais forte crise do segmento de comunicação do País, tanto do ponto de vista econômico para sua auto – sustentação em face do novo modelo de negócios imposto pela influência da Internet e Redes Sociais, bem como pela posição política adotada pelos principais veículos de comunicação que, de olho na verba publicitária federal, adicionado de postura típica de partido político, resolveram peitar e querer derrubar o governo do PT.

Na Paraíba, alguns anos depois do fim das atividades do Jornal O NORTE, um dos espólios de Assis Chateaubriand, eis que o mês de Março de 2015 registra o fechamento do jornal semanal "Contra Ponto" editado e impresso em João Pessoa sob o comando do experiente e veterano jornalista João Manoel de Carvalho.

Na essência da crise experimentada pelo "Contra Ponto" numa escala inferior de tamanho e abrangência está a mesma causa/efeito da grave crise pela Grande Mídia no aspecto econômico em face da retração do mercado anunciante, bem como pela redução de verbas publicitárias oficiais, ou seja advindas dos Governos, sobretudo depois que o Governo do PT resolveu dividir o bolo publicitário com o mercado, e não só os grandes veículos.

A CAUSA MAIOR DA CRISE

A grande Mídia vive a relação de guerra com o Governo Dilma/PT depois da decisão política da SECOM federal, a partir de Luiz Gushiken, em 2003 em diante, fazendo com que as verbas publicitárias pudessem chegar às médias e pequenas empresas.

Para se ter um atestado concreto da ira da Grande Mídia contra Lula e Dilma, basta levar em conta que até FHC toda a verba ia apenas para 192 empresas em todo País.

Com Lula, a verba chegou a mais de 6 mil empresas e com Dilma já passa de mais de 8 mil. Esta é a causa do ódio e campanha sistemática da Rede Globo, que detinha com FHC 60% da verba federal.

A CRISE É MAIS GERAL

Quem acompanha atentamente o mercado sabe que o problema é mais embaixo porque as grandes empresas devem muito de impostos e outros compromissos, alem do mais o mercado reduziu drasticamente as propagandas. Leve-se em conta que com o advento da Internet, os anunciantes estão dividindo bolo com mais gente.

Se a Receita Federal, por exemplo, for rigorosa com a Rede Globo ela enfrentará grave situação para se sustentar.
A Editora Abril já entregou 6 andares de seu predio imponencial, fechou vários títulos, ainda vai demitir mais, assim como a Istoé anunciou a redução de 30% de suas despesas cortando pessoal e fechando alguns títulos.

NA PARAÍBA, CENA AGRAVADA

Como os Governos não estão anunciando na necessidade das empresas e o mercado publicitário da iniciativa privada concentra mais em TV e algumas rádios, logo as demais sofrem muito.

A mídia na Internet enfrenta a depreciação do valor cobrado pelos sites e os Impressos enfrentam a concorrência desleal de custo baixo da mídia no modelo online.

Por isso, a crise é grave e deve gerar mais enxugamento e redução de pessoal para que as empresas possam sobreviver.

JOÃO MANOEL: PERSISTÊNCIA E INCOMPREENSÃO
NUMA SOCIEDADE ÁVIDA POR CONTRA-PONTO

O anúncio pelo jornalista João Manoel de Carvalho, diretor presidente e fundador do jornal semanal “Contra-Ponto” de que a publicação não mais será editada porque decidira encerrar as atividades empresariais, é um duro golpe na busca quase heróica de um personagem indispensável para os tempos presentes por cultuar a importância do contra-ponto no mundo do jornalismo paraibano/brasileiro.

João Manoel é dos que, por conta própria e idealismo, constituiu o Jornal para, pelo prisma e filtro ideológico à esquerda, mostrar um outro olhar da sociedade que não seja pelo domínio capitalista de cultuar o lucro e a visão imperialista do capital internacional.

Desde quando dos primeiros passos, nos idos anos 60, João Manoel sempre foi este jornalista inquieto, ideológico e comprometido com um modelo de sociedade socialista, por isso o jornal “Contra Ponto” sempre buscou expor em suas páginas a outra versão sobre o Mundo socialista.

Como vive num estado de direito capitalista, é evidente que sempre haveria de imperar a auto sustentação por meio dos recursos buscados através de propaganda, quer do público privado, quer público (Governos), mas estes atores não contribuíram suficientemente para lhe dar condições de sobrevivência normal no mercado.

É preciso, mais do que lamentar, reagir para fazer existir ações editoriais como a de João Manoel de Carvalho, um personagem indispensável nos tempos de hoje.

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“É pau/ é pedra/é o fim do caminho…”



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