O poeta Manoel Mariano da Silva, mais conhecido como Mané de Bia, de 96 anos, morreu na noite desta terça-feira (11), na cidade de Patos. Natural do município de Santa Luzia, ele era conhecido pelos versos simples, rimados e declamados em forma de canção por meio do coco de roda, ritmo típico da Região Nordeste.

Mané de Bia estava internado há alguns dias com problemas de saúde decorridos da idade já avançada.

Ele começou a cantar seus cocos rimados na feira-livre do município. Analfabeto, ele contava com a ajuda de familiares e amigos para anotar os versos que “vinham na cabeça” e que logo viravam música, animando os tradicionais festejos juninos de Santa Luzia, entre outras festas da região do Vale do Sabugi.

Após alguns anos, Mané de Bia gravou discos e as antigas fitas cassete e atraiu a curiosidade de pesquisadores e agentes culturais de várias regiões do país, que vieram a Santa Luzia só para conhecer o poeta que fazia um coco de roda diferenciado, único no Nordeste.

A arte de Mané de Bia lhe rendeu, no ano de 2009, o título de Mestre das Artes da Cultura Paraíba, honraria concedida pelo Governo do Estado aos principais atores culturais da Paraíba.

Mané de Bia parte, mas deixa um legado enorme para a cultura paraibana e nordestina. Os seus versos, improvisos a e a sua forma única de fazer o tradicional coco de roda continuam únicos e vivos na memória dos moradores de Santa Luzia e daqueles que conheceram a sua arte.