A produtora Parahybólica Cultural realiza nesta terça-feira (11/11) a Noite MamaMundi, reunindo o grupo senegalês de afro-jazz, Toll Bi, e a banda regionalista, Tocaia da Paraíba. Esta é mais uma ação desenvolvida ao longo da residência artística vivenciada pela banda senegalesa em João Pessoa, ao lado do grupo Berimbaobab Brasil. A festa será realizada na Vila do Porto (Largo de São Pedro Gonçalves, 8 – Centro Histórico), a partir das 20h. Ingresso ao preço de R$ 10,00.

João Pessoa e Dakar, no Senegal, são os pontos que mais aproximam Brasil e África. De cá, apontamos para lá, e de lá, eles nos apontam, num dialogismo de quem busca contato. Esta aproximação geográfica revela também uma gama de outras proximidades, estéticas, culturais e históricas, que se mantém vivas nas expressões e manifestações da nossa cultura popular.

A festa marca o retorno da banda Tocaia da Paraíba aos palcos, após um recesso que deixou seu público ansioso pelo retorno. Formado em 1995, o grupo tem um largo histórico na música paraibana, com dois CDs gravados e uma série de apresentações memoráveis. Voltada à cultura popular e ao regionalismo, a banda bebe na fonte da diversidade rítmica nordestina, numa busca de fusão com outros ritmos universais. O repertório será composto por músicas conhecidas pelo público e outras inéditas. Com nova formação, o grupo é composto pelos fundadores Erivan Araújo (canto e guitarra) e Naldinho Braga (canto e baixo), aos quais se somam Wênia Xavier (percussão), Rudá Barreto (guitarra), Uaná Barreto (teclado), Eliza Garcia (bateria) e Hugo Limeira (guitarra).

A fluidez com que transita entre o baião e o rock, o coco e o jazz, a maneira como transforma o aboio numa linguagem universal, confere à Tocaia da Paraíba uma marca de identidade, dentro de um universo esteticamente plural. É esta diversidade que amplia a abrangência da música produzida pelo grupo, que se liga ao Nordeste, mas também o conecta às Américas e à África, enquanto música do mundo.

Na Noite Mama Mundi, a banda Tocaia da Paraíba é o elo entre João Pessoa e Dakar, entre Brasil e Senegal, um pedaço de África em terras paraibanas, numa aproximação estética que transborda referências culturais. Em seguida, o grupo Toll Bi sobe ao palco, com seu afro-jazz fincado no chão do Senegal.

Formado em 2011, o grupo é composto pelos saxofonistas Samuel Demolliens (França) e Bernard Verbeek (Bélgica), o bateirista Victor Ramalho (Brasil), o baixista Abdou Sène (Senegal) e a cantora Claire Mbeng (Gabão), que faz de sua voz um poderoso instrumento.

Em suas letras, a banda canta o Senegal, país de terras ricas e férteis, tanto no solo, quanto em suas expressões culturais e tradições. Seu canto relata um país que enfrenta desafios e dificuldades, mas que se reinventa através da sua arte e da criatividade de um povo que carrega consigo a força de sua terra. Expoente do afro-jazz produzido hoje no Senegal, o grupo transita entre elementos da música africana e do jazz norte-americano, com abertura para experimentalismo e improvisações. Canções fortes e uma sonoridade impactante marcam a música produzida pelo Toll Bi.

Atualmente, está finalizando a gravação de seu primeiro álbum, com a participação do baterista paraibano Victor Ramalho. O baterista realizou uma residência ao longo do mês de outubro deste ano, quando esteve no Senegal para gravação do CD e realizou alguns shows. A interação entre Victor e o Toll Bi vem desde 2011, quando o baterista participou ao lado do grupo do Festival de Jazz de Saint-Louis, no Senegal. Além deste, o grupo já participou do Métissons Saint-Louis, e aparece regularmente na cena musical de Dakar.

A apresentação ainda contará com a participação especial dos artistas paraibanos Gláucia Lima, Vant Vaz, Izzah Ribeiro, Adeildo Vieira, Soraia Bandeira, que compõem o grupo Berimbaobab, e do Coletivo Tribo Éthnos, com seu corpo de bailarinos.

Residência artística Berimbaobab Brasil-Senegal

A residência artística “Berimbaobab Brasil-Senegal” traz à Paraíba o grupo senegalês de afro-jazz, Toll Bi. (Dakar). O intercâmbio é desdobramento da grande aventura iniciada no Senegal e Gâmbia pelo Coletivo Tribo Éthnos, o músico Adeildo Vieira e outros artistas paraibanos, juntamente com Patrice Gomis & Peace Orchestra (Ziguinchor), durante dois meses do início de 2012. Estabelecendo uma ponte cultural entre Brasil e Senegal, o projeto foi batizado como Berimbaobab, fundindo elementos identitários das duas culturas. No ano seguinte, o intercâmbio possibilitou a ida da cantora Gláucia Lima, que cumpriu uma agenda de shows com o grupo Toll Bi. Em seguida, os paraibanos ainda receberam os artistas Ìdòwú Akínrúli (Nigéria) e Patrice Gomis (França/Senegal). Agora, o grupo Toll Bi chega à João Pessoa para ampliar os horizontes desta profunda vivência estética, e para firmar a continuidade deste projeto que já dura três anos, em permanente fluxo cultural.