Economia & Negócios

Mercado de imóveis novos apresenta sinais de reação em agosto

Novos


03/10/2014



O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo demonstrou leve recuperação em agosto. De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada mensalmente pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, foram vendidas no oitavo mês do ano 1.797 unidades, com variação de 144,2% diante das 736 negociadas em julho. Considerando agosto de 2013, quando foram vendidas 3.464 unidades, a variação foi de -30,4%.

Destaques – O VGV (Valor Global de Vendas) de agosto atingiu R$ 984,2 milhões, com variação negativa de 40,9% diante do volume de R$ 1,66 bilhão apurado no mesmo mês de 2013.

O indicador VSO (Vendas sobre Oferta) de 12 meses encerrados em agosto foi de 48,6%. Ou seja, venda média de 48,6% dos imóveis ofertados nos últimos 12 meses

Imóveis de 2 dormitórios lideraram as vendas, com 762 unidades e participação de 42,4% do total escoado em agosto. Já o segmento de 1 dormitório respondeu por 33,5% do volume comercializado no mês, com 602 unidades.

Lançamentos residenciais – De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em agosto, lançaram-se 2.115 unidades, volume que corresponde à variação de 117,4% em relação às 973 unidades lançadas em julho. Comparado aos lançamentos de agosto de 2013 (3.039 unidades), a redução foi de 30,4%.

Em termos de tipologia por número de dormitórios, o segmento de 1 quarto se destacou, com 1.136 unidades lançadas e participação de 53,7%. Imóveis de 2 dormitórios participaram com 656 unidades e 31,0% do total colocado no mercado.

Resultados acumulados – As vendas acumuladas de janeiro a agosto de 2014 totalizaram 11.587 unidades, resultado 48,8% inferior diante das 22.638 unidades comercializadas em iguais oito meses de 2013.

Em valores, o total comercializado no período representou R$ 6,68 bilhões, ficando 52,7% abaixo do VGV acumulado em igual período do ano passado, de R$ 14,11 bilhões, atualizado para agosto com base na variação do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).

Os lançamentos residenciais acumulados no período, de 14.448 unidades, apresentaram retração de 23,0% comparado às 18.753 unidades lançadas de janeiro a agosto de 2013.
"Vale ressaltar que, no ano passado, o mercado se comportou muito acima das expectativas, com o lançamento de 5.671 unidades e a venda de 6.361 unidades a mais do que em 2012. Este resultado prejudica eventuais comparações entre este ano e 2013", observa o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.

Considerações finais – "No primeiro mês após a Copa do Mundo, os incorporadores imobiliários responderam com o aumento da quantidade de lançamentos. Este comportamento deve se consolidar a cada mês, até o final do ano", avalia Emílio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato. "Está claro que a demanda existe. Os principais problemas estão relacionados ao poder aquisitivo e à insegurança dos compradores em assumir um compromisso de tão longo prazo, como a aquisição de um imóvel", complementa.

Apesar do movimento de recuperação, as vendas ainda foram tímidas, provavelmente, por influência do clima eleitoral, além de incertezas quanto aos rumos políticos e econômicos do País a partir de 2015, considera o presidente da entidade, Claudio Bernardes.

Ele lembra que as projeções sobre um eventual desabamento de preços pós-Copa mostraram-se infundadas e reforça a expectativa de que o mercado deverá manter a tendência de retomada até o final do ano.



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