Futebol

Tabus à prova: retrospecto recente marca os clássicos deste domingo

Clássicos


21/09/2014

O discurso de boleiros espalhados pelo país costuma ser o mesmo sempre que um retrospecto negativo em clássicos é abordado. As frases vão de “tabu foi feito para ser quebrado” a “passado não ganha jogo”. Elas poderão ser utilizadas novamente na rodada deste fim de semana no Campeonato Brasileiro, com a disputa de quatro dérbis.

Atlético-MG, Bahia, Fluminense e São Paulo defenderão na 22ª rodada uma supremacia construída sobre os rivais nos últimos confrontos. A maior delas está em Salvador, onde o Tricolor mantém uma série de oito partidas sem derrota para o Vitória. Em Belo Horizonte, o Galo enfrenta o Cruzeiro com a missão de aumentar o tabu de cinco jogos sem triunfos do rival. Para o São Paulo, vale a quinta partida sem perder para o Corinthians. E, no Rio, o Flu tenta se manter 100% contra o Flamengo neste ano.

Dos quatro clássicos do fim de semana, o Fla-Flu é o que tem o menor período de jejum para um dos lados. Sequer pode ser chamado de tabu. As duas equipes se enfrentaram em duas ocasiões neste ano, e o Fluminense venceu ambas. A primeira foi pelo Carioca, e o Tricolor, mesmo sem Fred, venceu por 3 a 0, gols de Michael, Elivelton e do então estreante Walter.

O segundo Fla-Flu de 2014 ocorreu pelo Brasileiro. O Flu já contava com Fred, que atestou sua importância ao abrir o placar no triunfo por 2 a 0. A última vitória do Flamengo foi em novembro de 2013: 1 a 0 sobre o rival, na época treinado por Vanderlei Luxemburgo, com gol contra de Gum.

No quadro geral, Flamengo e Fluminense mantêm um duelo equilibrado em Brasileiros. Desde 1967, quando empataram por 1 a 1 na primeira fase do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, as equipes se enfrentaram 52 vezes. O Flu saiu vitorioso em 20, e o Rubro-Negro, em 18. Foram 14 empates.

Corinthians e São Paulo fazem neste domingo um duelo particular pelas primeiras colocações do Brasileirão. Contudo, além dos pontos para se manter próximo do líder Cruzeiro, o Tricolor paulista busca também ampliar a série sem derrotas para o Timão. A última ocorreu há mais de um ano – em julho de 2013 e custou caro. O revés foi pela final da Recopa e deu o título continental ao Alvinegro.

Após a partida, o goleiro Rogério Ceni disse que o São Paulo havia parado no tempo. O Tricolor recuperou os dias perdidos para relembrar a época em que o Corinthians podia ser chamado de freguês. Desde essa derrota, foram realizados quatro Majestosos, com três empates e um triunfo para o time do Morumbi.

Nesta temporada, o São Paulo venceu o Corinthians por 3 a 2 no Pacaembu, pelo Paulista, em confronto em que o zagueiro Antonio Carlos marcou dois gols contra. Pelo primeiro turno do Brasileirão, houve empate por 1 a 1, gols de Fagner e Luis Fabiano.

O Corinthians tem ampla vantagem no retrospecto em Brasileiros. Desde 1967, foram 57 confrontos, com 22 triunfos alvinegros, 13 tricolores e 22 empates. O Majestoso já decidiu um nacional, em 1990, quando o Timão conquistou seu primeiro título. Apesar da vantagem corintiana, é do São Paulo a maior sequência invicta no confronto, com 12 jogos entre 2000 e 2007.

O Cruzeiro é líder disparado do Campeonato Brasileiro. Tem sete pontos de vantagem sobre o São Paulo, segundo colocado. Porém, em se tratando de clássicos, quem leva a melhor desde julho do ano passado é o Atlético-MG. O Galo soma cinco partidas sem perder – a última foi pelo primeiro turno da Série A de 2013, quando o time celeste fez 4 a 1 no Mineirão.

A derrota serviu de pontapé inicial para o Atlético-MG impor um tabu sobre o rival. Dos cinco jogos disputados desde essa goleada, o Alvinegro venceu dois e empatou três. Duas dessas três igualdades, no entanto, foram suficientes para dar ao Cruzeiro o título mineiro. A final do estadual registrou 0 a 0 duas vezes, e o troféu foi para a Toca da Raposa graças à vantagem conquistada na primeira fase.

O último clássico entre os dois times foi realizado em maio deste ano. Com gols de Marion e André, o Galo venceu o Cruzeiro pelo placar de 2 a 1. Marcelo Moreno descontou para a Raposa.

Em Brasileiros, o clássico é marcado pelo equilíbrio. De 59 jogos, o Atlético-MG venceu 21, contra 20 do Cruzeiro. Até 2004, o Alvinegro tinha boa vantagem, com 16 triunfos contra 11 do rival, que desde então venceu 11 vezes – incluindo seis consecutivas de 2005 a 2008 – e perdeu apenas cinco.

Em Salvador, dois tabus serão colocados à prova no Ba-Vi marcado para a Arena Fonte Nova. O Bahia não perde para o Vitória desde a primeira partida da final do estadual de 2013, quando o Rubro-Negro impôs ao Tricolor a sonora goleada de 7 a 3. O placar serviu de lição para o Esquadrão, que já acumula oito clássicos sem derrota.

O tabu para o Rubro-Negro começou ainda no Baiano de 2013. A segunda partida da final teve empate por 1 a 1, que deu o título ao Vitória. Na sequência, foram três triunfos para o Bahia e quatro empates. Para o Leão da Barra, quebrar o jejum neste domingo representa a chance de deixar a lanterna e até a zona de rebaixamento do Brasileirão. O Tricolor, que deixou o Z-4 na última rodada, busca manter a ascensão na tabela.

O segundo tabu em jogo tem como personagem principal o técnico Ney Franco. Ele registra uma série de sete jogos sem vencer o Bahia, com quatro empates e três derrotas – incluindo jogos por Flamengo e Vitória. A última vez que conseguiu bater o Tricolor foi em agosto de 2012, quando ainda treinava o São Paulo, em partida válida pela Copa Sul-Americana.

A história do confronto em Brasileiros é de equilíbrio. O Vitória tem um triunfo a mais – oito contra sete – em 25 jogos disputados desde 1972. Este é o único clássico deste domingo em que o número de empates é maior do que o de vitórias de qualquer uma das equipes. São dez.


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