Economia & Negócios

Portugal Telecom quer reformular sua fusão com a Oi

Telefônia


14/08/2014



 A operadora Portugal Telecom assumiu que dificilmente recuperará os € 900 milhões investidos em títulos da holding Rioforte, pertencente ao colapsado Grupo Espírito Santo (GES), motivo pelo qual propôs a reformulação de sua fusão com a brasileira Oi.

Em um longo comunicado enviado à Comissão de Bolsa de Valores portuguesa, a Portugal Telecom explicou a situação da empresa aos acionistas antes da assembleia geral de 8 de setembro.

O objetivo principal da iniciativa é amortecer o impacto que a falta de pagamento da Rioforte pode ter no projeto de ambas empresas. Por isso, a Portugal Telecom submeterá à aprovação uma permuta com a Oi na qual a empresa portuguesa ficará com a dívida da Rioforte (€ 897 milhões) e na qual entregará uma parte das ações que tinha na Oi (16,9%) à empresa brasileira.

"É impossível, nesta fase, antecipar a duração e os resultados dos processos atualmente pendentes, bem como a probabilidade de a Rioforte se apresentar à insolvência. Contudo, já nesta fase parece claro que os credores, incluindo a Portugal Telecom (…) dificilmente serão integralmente pagos", diz o texto. "A Rioforte não reembolsou os Instrumentos Rioforte que a Portugal Telecom irá adquirir no âmbito da Permuta e é possível que a Portugal Telecom não consiga obter o pagamento de quaisquer dos montantes pendentes em virtude desses instrumentos”.

Além disso, a Portugal Telecom decidiu com a Oi que não é "viável" a fusão como tal, motivo pelo qual buscará uma forma alternativa para prosseguir a integração das duas estruturas sem haver fusão das entidades jurídicas.

"Está a ser analisada uma estrutura alternativa que visaria obter, na medida do possível, os efeitos que resultariam da Fusão da PT: a unificação das bases acionistas de ambas as sociedades", comentou a empresa portuguesa.
A dívida da Rioforte, que entrou em reunião de credores em julho, já provocou a renúncia de todos seus cargos do presidente-executivo do grupo Portugal Telecom, Henrique Granadeiro.

Em sua carta de renúncia na quinta-feira passada, Granadeiro, de 70 anos, se declarou "surpreendido" pelo descumprimento "generalizado" das obrigações do Banco Espírito Santo (BES) com a Portugal Telecom, "no marco da implosão do Grupo Espírito Santo".

A Portugal Telecom e a Oi tinham anunciado em outubro de 2013 que se fundiriam para se transformar em uma das 20 maiores "gigantes" em nível mundial do setor das telecomunicações, com pelo menos 100 milhões de clientes distribuídos em quatro continentes.



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