Educação

Prolibras: só 7% passam no exame

Audição


26/07/2014

 Dos 2.427 candidatos que se submeteram à edição mais recente do Exame Nacional de Certificação em Libras, o Prolibras 2013, somente 164 (menos de 7%) foram aprovados na modalidade voltada a certificar professores ao ensino da Linguagem Brasileira de Sinais. É por meio dessa certificação oficial avalizada pelo Ministério da Educação (MEC) que muitas secretarias de educação e instituições de ensino superior selecionam professores para atuarem em turmas que contam com alunos surdos.

Além da certificação para o ensino da Libras, o Prolibras também oferece uma certificação em proficiência na tradução e interpretação da Libras. Nessa modalidade, o índice de aprovados também é pequeno. Em 2013, dos 2.627 que compareceram para realização das provas, apenas 242 (9%) foram aprovados no final do processo.

O baixo número de candidatos aprovados no exame impacta ainda mais no déficit de profissionais com habilidades comprovadas no ensino da Libras nas escolas brasileiras, especialmente as da rede pública. Hoje, nem todos os professores que dão aula para alunos surdos dominam as Libras. As escolas também sofrem com a falta de intépretes em turmas onda há a presença de estudante com algum tipo de deficiência auditiva.

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Domínio

É com o Prolibras que gestores públicos e instituições de ensino ficam cientes que o candidato, de fato, domina a Libras. Muitos concursos públicos voltados para a contratação de professor ou intérprete dispensam, inclusive, o teste prático que analisaria o domínio dessa linguagem daquele candidato que já possui o Prolibras. Outras seleções públicas exigem que o candidato, além de ter o curso de pedagogia ou licenciatura com foco em Libras, também apresente o Prolibras.

Além da educação básica, concursos para preenchimento de vaga de professor de libras nas universidades e institutos federais também veem exigindo a apresentação do Prolibras. Mesmo para aqueles postulantes que tenham se formado, por exemplo, em cursos de licenciatura com componentes curriculares em Libras.

"Há universidades que criaram um curso específico em licenciatura em libras. Mas o fato de fazer a licenciatura em libras não significa que o estudante acabe o curso sabendo se comunicar em libras. É como ocorre hoje com os formados em licenciatura em inglês. Quem acaba essa graduação, nem sempre sai falando bem o inglês", afirma Maria Cristina Marquezine, professora da Universidade Estadual de Londrina, especialista em Educação Especial.



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