Um  prefeito admitiu ter roubado enquanto estava administrando uma cidade mexicana, em um discurso realizado em junho deste ano, informou o jornal El País. "Eu tenho sido criticado porque gosto muito de dinheiro. Quem não gosta? E também dizem que eu roubei a presidência, Pois sim, a roubei, mas roubei pouco, porque estava bem pobre", disse Hilario Ramírez Villanueva.

A princípio, o discurso, gravado e postado no Youtube, pareceu engraçado para muita gente, mas depois acabou se transformando em um escândalo e agora em uma tremenda decepção, já que Villanueva foi eleito prefeito do município de San Blas com 40% dos votos.

"Você vê, não fui tão mal, eles sabem que sou um homem do povo, que me dedico ao bem, que ajudo os pobres, que há poucos como eu", declarou.

Se quando ganhou, em 2008, Villanueva comemorou comprando um purosangue estimado em 250 mil dólares, desta vez o ex-empacotador de mangas celebrou sua vitória distribuindo notas de 20 e até 100 pesos, uma imagem que para muitos representa o triunfo da degredação política.

"Temos avançado legalmente, mas nos falta acabar com a impunidade", dissse o diretor geral do Instituto Mexicano de Competitividade, Juan Pardinas.

Em uma pesquisa elaborada pelo Instituto Nacional de Estatística, a população colocou no topo do ranking de corrupção a polícia com 90% dos votos, os políticos com 84,4%, e o Ministério Público, com 78,4% dos votos.

Em novembro de 2012 foi anunciada a ideia de criação de uma Comissão Nacional Anticorrupção destinada a eliminar as faltas do aparelho administativo, mas quase dois anos depois, a iniciativa permanece congelada no Congresso, sem constar na agenda dos partidos.

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Por outro lado, o combate corpo a corpo tem dado resultados. Pessoas intocáveis têm começado a cair, como a líder do poderoso Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação, Elba Esther Gordillo. "A professora", como era conhecida, foi presa em 2013 sob a acusação de ter desviado 200 milhões de dólares.

Já o ex-governador de Tamaulipas, estado que faz fronteira com o Texas, fugiu após um tibunal dos Estados Unidos ordenar a sua prisão por fraude bancária, lavagem de dinheiro e tráfico de cocaína.

De acordo com analistas, o reforço do aparelho de Justiça e a criação de um regiome punitivo crível podem ser a solução para a impunidade de tantos políticos corruptos no México.