Economia & Negócios

Dólar fecha quase estável e termina a semana com queda de 1,6%


28/06/2014



O dólar fechou praticamente estável nesta sexta-feira (27). A moeda chegou a ficar acima dos R$ 2,20 após o governo divulgar o déficit primário do governo central de maio, que surpreendeu investidores e ajudou a moeda a subir, mas terminou perto da estabilidade.

A moeda norte-americana caiu 0,04%, para R$ 2,1954. Veja cotação

O dólar terminou a semana com queda de 1,61% e no mês caiu 2,03%. No ano, a desvalorização é de 6,88%.

"O número fiscal faz o mercado reavaliar se esse real valorizado é justificado, levando em conta fundamentos econômicos tão fracos", afirmou à Reuters o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, ressaltando que o nível de R$ 2,20 é um "patamar psicológico bastante forte".

Com forte queda nas receitas e sem contar com dividendos bilionários, o governo central registrou déficit primário de R$ 10,502 bilhões em maio, pior resultado para esses meses desde o início da série histórica, em 1997, e que coloca ainda mais em xeque o cumprimento da meta deste ano.

Durante boa parte do dia o dólar ficou abaixo deste valor, mas depois da divulgação do resultado, ampliou a alta e tocou a máxima da sessão. O avanço perdeu força em seguida, mas as cotações não voltaram mais a cair abaixo de R$ 2,20.

Boa parte do mercado acredita que cotações abaixo desse piso não agradariam à autoridade monetária brasileira porque podem prejudicar as exportações. Por outro lado, taxas acima do teto informal pressionariam os preços via encarecimento de importados.

Na primeira parte do pregão, a disputa entre investidores para deslocar a Ptax –taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos– a patamares que favoreçam suas posições cambiais manteve a moeda norte-americana girando em torno de R$ 2,20.

"O dólar está tendo um acerto por conta da Ptax. O pessoal está brigando bastante, o que gera esses movimentos pontuais", afirmou À Reuters mais cedo o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold.

Neste cenário, a autoridade monetária continuou vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda de dólares, nas atuações diárias. Todos os swaps colocados nesta manhã têm vencimento em 2 de fevereiro de 2015, com volume equivalente a US$ 198,8 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de junho, mas não vendeu nenhum.

Em seguida, vendeu a oferta total de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. Ao todo, já rolou pouco mais de 85% do lote total, que corresponde a US$ 10,060 bilhões.

No exterior, o dólar recuava contra o euro e caminhava para a segunda semana consecutiva de perdas. Dados positivos sobre a confiança do consumidor norte-americano não foram suficientes para alimentar expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, possa elevar antes do esperado a taxa de juros.



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