Educação

Sarau do Museu Assis Chateaubriand terá poesia e música na programação deste mês


17/06/2014



A poesia e a música vão invadir o Museu Assis Chateaubriand (MAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) neste mês de junho. Trata-se de mais uma edição do Sarau Academia dos Poetas Vivos, que ocorrerá no dia 26, às 19h, com a participação do poeta pessoense Políbio Alves e do reitor da UEPB, cantor e compositor Rangel Junior.

A dobradinha cultural promete inebriar o público do Sarau do MAC, já habituado aos grandes talentos mostrados na Série Academia dos Poetas Vivos, que objetiva homenagear e divulgar a obra dos artistas que em vida continuam criando e privilegiando a produção artística de excelência.

Na oportunidade, Políbio Alves vai apresentar o recital “Nada invento. Acrescento” e lançar seu mais novo trabalho, o livro Objetos Indomáveis. A publicação traz vários poemas que dão ênfase aos antagonismos como amor e desamor, bem e mal, encontros e desencontros, entre outros temas afins. O livro, definido pelo autor como uma casa e seus aposentos, é dividido em duas partes – Mosaico e Quartzo – e traz uma apresentação escrita por José Adalberto Campato Júnior, pós-doutor em teoria literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e dois textos críticos assinados pela poetisa e jornalista Lourdes Sarmento e pelo poeta e crítico literário Brasigóis Felício.

Desde 2008 sem apresentar publicamente a sua música, Rangel Junior fará um recital denominado “Lado B”. De acordo com ele, o nome da apresentação foi dado por se referir a obras suas que ainda não foram mostradas. “Nos LPs, o lado B é aquele em que estão as canções mais desconhecidas. Minha intenção com esse recital é realçar que além do forró, gênero em que fiquei conhecido, minhas composições percorrem outros estilos, a exemplo do samba, da bossa nova e das marchinhas de carnaval”, explicou.

Mais sobre os participantes

Nascido no bairro Cruz das Armas, em João Pessoa, Políbio Alves é poeta e contista, graduado em Ciências Administrativas. Sua primeira obra publicada foi “O que Resta dos Mortos”, em 1983, por meio do Conselho de Cultura da Paraíba. Já “Exercício Lúdico: Invenções & Armadilhas” saiu do prelo em 1992, pela Editora Ideia, depois que o poeta venceu o prêmio do Gabinete Paraibano de Cultura. Passagem Branca derrotou 10.177 obras inscritas e levou o conceituado prêmio literário Augusto Motta, no Rio de Janeiro, em 1977, mas foi publicado apenas 28 anos depois, em 2005, ainda no estado natal do escritor, pela Dinâmica.

Varadouro, um de seus livros mais conhecidos, foi publicado inicialmente em 1989 e já conta com várias edições. Em Cuba, por exemplo, a obra integra o acervo da Casa das Américas desde 1990. O poema épico de 77 páginas, centrado no Rio Sanhauá, que atravessa a cidade natal do escritor, e “O que Resta dos Mortos” foram traduzidos para o espanhol e publicados simultaneamente também em Cuba. Já nos anos 1990, a obra de Políbio Alves entrou para o acervo da Casa do Brasil, em Madri, Espanha.

Em 2000, o poeta ganhou destaque em uma coletânea publicada em Trento, na Itália, que reuniu mais de 400 autores de diversas nacionalidades, após levar o primeiro lugar do prêmio Autore dell’Ano, da Edizioni Universum, em 1999. Em 2002, se destacaria na vizinha Argentina – foi um dos 120 finalistas do prêmio Nuevos Escritores Latinoamericanos, da Editorial Nuevo Ser, que integraram uma coletânea editada em Buenos Aires. Na Paraíba, Políbio Alves recebeu em 2001 a Medalha Poeta Augusto do Anjos, da Assembleia Legislativa e, em 2002, a comenda Cidade de João Pessoa, da Câmara Municipal. Em 2011, foi homenageado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) com uma placa em bronze do poema Varadouro, na Praça Antenor Navarro, no Centro Histórico.

Paraibano de Juazeirinho, o cantor e compositor Rangel Junior cresceu num ambiente culturalmente rico. Desde criança, escutava o pai cantando samba e o avô declamando literatura de cordel e promovendo saraus em sua casa. Iniciou sua carreira artística no final da década de 70, como crooner de grupos musicais de sua cidade natal. Na década de 80, migrou para Campina Grande e ingressou na UEPB, primeiro como aluno do curso de Psicologia e depois como professor. Com forte atuação política dentro desta Instituição, ocupou os cargos de presidente da Associação dos Docentes, vice-reitor e várias pró-reitorias.

Há mais de duas décadas revezando sua atuação profissional entre a música e a educação, ele conta em sua discografia com três CDs e uma coletânea gravados – todos com produção independente. Seguidor e pesquisador da obra de grandes nomes do cancioneiro popular, Rangel Junior revela-se em suas composições um poeta do cotidiano, preocupado principalmente em preservar e valorizar as nossas tradições e raízes culturais e musicais mais autênticas. Nos últimos anos também se dedicou a fazer um consistente trabalho de criação de trilhas sonoras para cinema, teatro e TV. Musicou a peça Charivari, da dramaturga Lourdes Ramalho, encenada pela Companhia Sinhô-Sinhá e o seriado “Pra você eu digo sim”, da TV Itararé. Também compôs para o filme “Tudo que Deus Criou”, longa-metragem do cineasta paraibano André da Costa Pinto, a música Desejo.



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