Os problemas da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura no país e as soluções para que essa atividade se torne mais rentável serão apresentadas amanhã (quinta-feira, 5), em João Pessoa, na Casa Roccia, às 14h, no Seminário do Complexo da Ovinocaprinocultura no Brasil. O evento vai reunir representantes do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do Sebrae Nacional, do Governo do Estado, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), dos Sebraes Paraíba e outros estados do Nordeste, além de empresários e imprensa. No mesmo dia, também haverá uma degustação de queijos de cabra, a partir das 11h30.

Um dos entraves apresentados pelo Estudo é que aproximadamente 90% do abate de ovinos e caprinos no Brasil acontece em condições sanitárias impróprias e de forma clandestina, sem controle sanitário, quebrando o elo da produção e diminuindo a oferta de produtos de qualidade nos mercados consumidores.

“Além de apresentar os fatores que têm limitado uma maior eficiência das intervenções promovidas pelo Governo e pelo Sebrae na cadeia produtiva da ovinocaprinocultura do Brasil, o relatório propõe soluções que ajudem a promover a sustentabilidade do setor. O grande objetivo desse estudo, que iniciou há três anos, é promover um desempenho eficiente e rentável desta atividade produtiva”, destaca o coordenador do estudo e analista do Sebrae Paraíba, Jucieux Palmeira.

O trabalho apresenta uma análise comparativa da cadeia produtiva do Brasil e de cinco países visitados pelos técnicos do estudo (Reino Unido, Espanha, Uruguai, Austrália e Nova Zelândia). “Fizemos um trabalho de benchmarking internacional para conhecer a cadeia produtiva de sucesso desses países. Por que não podemos adotar esses modelos aqui também? Parte da Espanha, por exemplo, tem o clima muito parecido com o do Nordeste brasileiro”, completou Jucieux. Nos países visitados pelos pesquisadores, há um número grande de frigoríficos envolvidos no processo, o que não acontece no Brasil.

Na região Nordeste, segundo dados de 2011 do IBGE, estão 90% do rebanho de caprinos do país e 56% do total de ovinos. O rebanho vem crescendo e o mercado consumidor apresenta aumento na demanda por produtos deste complexo, no entanto, o Brasil ainda importa carne de ovinos e peles de caprinos, além de toda a linha de laticínios.

“Precisamos melhorar a nossa cadeia produtiva, que enfrenta muitos entraves para o seu desenvolvimento de forma organizada e sustentável. Porém, essa é uma cadeia viável, representativa e socialmente importante. Os rebanhos apresentam moderado crescimento e alguns indicadores evidenciam sua relevância social e econômica”, explicou Jucieux Palmeira.