Economia & Negócios

Missão do Banco Mundial avalia sustentabilidade de projetos na Paraíba


03/06/2014

Uma infraestrutura propícia com 112 km de água pelo Canal Acauã/Araçagi, mais de 800 km de adutoras, mais de 1.000 km de estradas, implantação de 488 projetos de inclusão social e produtiva pelo Projeto Cooperar e uma política estável de sanidade animal consolidada com a certificação internacional de zona livre da febre aftosa pelo Governo do Estado são fatores econômicos potencialmente positivos que devem elevar o desenvolvimento sustentável no Estado. Essa foi a avaliação feita por técnicos do Governo perante missão técnica do Banco Mundial na Paraíba.

Segundo o coordenador do Projeto Cooperar, Roberto Vital, que abriu a reunião, durante a primeira fase da missão, os técnicos do Governo e do banco farão uma análise dos riscos agropecuários do próximo quadriênio. Os estudos e o monitoramento vão instrumentalizar os gestores na execução do Programa Paraíba Rural Sustentável, objeto de convênio da instituição financeira com o Governo da Paraíba que está tramitando no Ministério do Planejamento.

Roberto Vital disse que a Carta Consulta está com recomendação de aprovação no Grupo Técnico (GTEC) do Ministério de Planejamento, a ser referendada na próxima reunião da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), e tem um foco de atuação mais amplo do que o contrato anterior, em fase de encerramento. “Desta vez o foco é a sustentabilidade, e não mais apenas combate à pobreza rural. Por isso, o Banco Mundial, com apoio das entidades estaduais, fará esse estudo que juntamente com outros estudos especiais, deverá lastrear o acolhimento da nova proposta que tem um nome adequado à nova perspectiva”, destacou.

Ele informou que os subsídios para a análise dos riscos agropecuários serão construídos a partir de visitas técnicas aos órgãos do Estado e outros parceiros como a Sedap, Emater, Emepa, Aesa e Faepa até a sexta-feira (6). “É preciso construir um modelo de produção para os próximos projetos que serão financiados no valor de aproximadamente US$ 50 milhões, para garantir-lhes a sustentabilidade, em face de uma temporada de escassez prevista”, disse.

Segundo o secretário do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), Agamenon Vieira, o Governo do Estado entende que é preciso buscar a interface com os vários órgãos da gestão a fim de desenvolver um plano que possa aproveitar todo o potencial investido nos últimos três anos nas áreas de infraestrutura, segurança hídrica, captação de investimentos nacionais e internacionais com a chegada de empresas, principalmente no Litoral Sul, que desponta como uma das regiões mais promissoras. Mas sem esquecer das demais regiões, cada uma com suas peculiaridades vocacionais.

Cadeias produtivas e zona livre – O secretário executivo da Agropecuária, Rômulo Montenegro, lembrou da atuação do governo no setor primário, quando inicialmente fez um levantamento das cinco cadeias produtivas como a cana de açúcar, grãos, fruticultura, pesca e aquicultura, além da pecuária leiteira. Também investiu na atualização do cadastro de propriedades e rebanho, entre outros índices, com a implantação do Siapec. Trata-se de um sistema online que tem interação com o Ministério da Agricultura e permite acessar em tempo real os dados. Esse instrumento garantiu informações imprescindíveis para a conquista internacional do certificado de zona livre da febre aftosa. O sistema estava desatualizado desde 2007.

Certificação de sementes – Rômulo Montenegro lembrou a adoção de programas de certificação de sementes de milho, feijão e sorgo – tendo a Paraíba na atual gestão alcançado destaque na produção de grãos da agricultura familiar – e ainda a criação de um sistema tributário para evitar o ingresso do etanol de outros países que estariam prejudicando os produtores locais de cana de açúcar por causa da concorrência desleal no período da safra.

Outra iniciativa implantada pela atuação gestão, lembrada pelo secretário executivo da Agricultura foi a criação de um programa de sementes de cana de açúcar no Brejo, que possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) na Paraíba, para fortalecer os negócios de agricultores que sobrevivem da produção de subprodutos como a cachaça e rapadura.

Convivência com a seca – Rômulo ressaltou a adoção de mecanismos de convivência com a estiagem, usando tecnologia da Emepa como no caso do programa de sementes e da distribuição da palma resistente à praga da colchonilha do carmim (a palma é base alimentar do rebanho na região do Cariri). A Emepa também desenvolveu blocos nutricionais capazes de suprir a deficiência na oferta de alimentação para o gado, com o objetivo de salvaguardar o rebanho na região que possui uma extraordinária qualidade genética.

Já o pesquisador da Embrapa Algodão, Aderaldo Sousa, falou de um estudo realizado pela instituição, mostrando as potencialidades de cada município, que pode servir de subsídio para a análise do Banco Mundial.

A missão do Banco Mundial é composta de seis executivos, especialistas em seguros agropecuários, meio ambiente, sanidade animal e vegetal, entre outros, e está sendo acompanhada pela gerente executiva técnica do Projeto Cooperar, Mônica Tavares, o especialista em irrigação, Arlington Ricardo, e gerente técnica do escritório do Cooperar no Cariri, Valdecy Freire.



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