Internacional

Primeiro-ministro da Ucrânia apresenta renúncia

Conflito


28/01/2014

 O primeiro-ministro da Ucrânia, Mykola Azarov, apresentou sua renúncia nesta terça-feira (28), segundo um comunicado em seu site oficial. Pouco depois, o Parlamento do país, em uma sesão especial para tentar contornar a crise política, derrubou as polêmicas leis que reprimiam manifestações públicas não autorizadas.

Renúncia

A renúncia de Azarov é uma tentativa de encerrar a crise no país, em que a oposição pró-União Europeia pressiona nas ruas, há dois meses, pela saída do governo do presidente Viktor Yanukovich.

"A situação de conflito que surgiu no país está ameaçando o desenvolvimento econômico e social da Ucrânia, criando uma ameaça a todo o futuro da sociedade ucraniana e a cada cidadão", diz Azarov no texto.

"Tomei a decisão pessoal de solicitar ao presidente da Ucrânia que aceite minha demissão do cargo de primeiro-ministro, com o ânimo de propiciar maiores possibilidades de um compromisso político para resolver o conflito pacificamente."

Segundo a constituição ucraniana, a saída do premiê significa a renúncia de todo o governo.  

Azarov, de 66 anos, havia sido apontado premiê por Yanukovick logo após a eleição presidencial de 2010. Ele enfrentava as dificuldades econômicas do endividado país, mantendo a moeda local atrelada ao dólar e recusando pressões do FMI (Fundo Monetário Internacional) para aumentar os preços domésticos do gás. 

Fiel aliado de Yanukovich, ele apoiou, em novembro, a polêmica decisão de não avançar rumo a um acordo de livre comércio com a União Europeia -e que se tornou o estopim da atual crise.

Foi Azarov quem foi à Rada Suprema (Parlamento) defender a aproximação dos laços econõmicos coma Rússia.

Reunião do Parlamento

O anúncio desta terça ocorre ao mesmo tempo que começou, no Parlamento, uma reunião de emergência que tenta resolver a crise.

Em uma sessão exibida ao vivo pela televisão, 361 deputados votaram a favor da abolição das leis, consideradas um atentado às liberdades pelos governos ocidentais, e outros dois contra. O resultado da votação foi celebrado com aplausos.

A sessão foi adiada em seguida. O próximo passo é debater uma anistia dos manifestantes detidos durante os confrontos com a polícia.

As leis antimanifestações previam penas de até cinco anos de prisão pelo bloqueio de edifícios públicos e multas ou detenção administrativa para os manifestantes que usassem máscaras ou capacetes, como fazem atualmente muitos ativistas em Kiev.

Também previam trabalhos de interesse público para os autores de difamação na internet, o que foi criticado como uma forma de censura.


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