Economia & Negócios

Inadimplência anual do consumidor cai pela primeira vez em 14 anos

economia


21/01/2014

 A inadimplência do consumidor, de acordo com a Serasa Experian, encerrou 2013 com queda de 2% com relação ao ano anterior no Brasil. É a primeira baixa anual do indicador, que mede o volume de negativados – como são chamados os endividados que estão com suas contas atrasadas –, desde o início da sua série histórica, em 2000.

Na variação anual – dezembro de 2013 contra o mesmo mês de 2012 –, sem influências sazonais, o indicador também caiu. A queda foi de 6,5% no período.

A queda da inadimplência em 2013 surpreende por suceder duas fortes altas. Em 2011, o indicador aumentou 21,5%. Em 2012, a alta foi de 15%. O menor índice da série histórica foi registrado em 2007, com uma alta de 1,7%.

Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, a manutenção da taxa de desemprego no ano, o maior rigor na concessão de crédito por parte das instituições financeiras e a maior preocupação dos consumidores em quitar suas dívidas foram alguns dos motivos que provocaram o recuo da inadimplência no período. "A taxa de desemprego está no patamar mínimo histórico, apesar de a economia não ter crescido muito. Isso é importante", diz o economista.

Para Rabi, a queda indica o início de um processo de acomodação do indicador de inadimplência que deve durar pelo menos até a metade deste ano. "A tendência de queda não muda no curto prazo", afirma.

Porém, considerando que o Produto Interno Bruto (PIB) do País deve subir apenas 4% este ano, pode ser que, em algum momento, o desaquecimento da economia tenha impacto no nível de desemprego. "Caso isso aconteça, não esperamos um aumento da inadimplência, mas uma interrupção da queda."

Dívida bancária estável

A queda de 2% na inadimplência dos consumidores em 2013 foi puxada pelo recuo de 9,4% no volume de cheques devolvidos e pela queda de 4,8% na inadimplência das dívidas não bancárias, como financeiras, lojas e prestadoras de serviços de telefonia e fornecimento de energia elétrica.

Junto aos bancos, a inadimplência em 2013 subiu 0,6%, e no ano passado o volume de títulos protestados teve alta de 5,8%.

Rabi aponta que, ao contrário da tendência de alta na inadimplência, que começa primeiro com dívidas não bancárias, a queda no indicador não segue uma regra. "O consumidor tenta evitar dívidas com o banco porque ele corta o cheque especial e cartão de crédito. Mas uma hora não dá mais", aponta. "Para se livrar das dívidas, por outro lado, ele negocia caso a caso. Há uma variação maior."



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