Economia & Negócios

Indústria reduz pagamento a trabalhador pela 1ª vez desde 2010

economia


14/01/2014



 Após anos de aumento contínuo de salários sem uma elevação correspondente da produtividade, a indústria finalmente reduziu o pagamento aos trabalhadores.

Em novembro, cada funcionário recebeu, em média, 2% menos do que em igual mês de 2012. Nesse tipo de comparação, os gastos dos industriais por trabalhador não caíam desde maio de 2010 (veja gráfico abaixo).

Os números foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e se referem ao pagamento real, ou seja, corrigido pela inflação.

Como a inflação foi de quase 6% no ano passado, pode-se deduzir que os gastos por trabalhador não diminuíram nominalmente. O que ocorreu foi uma perda do poder aquisitivo. Dito de forma mais clara, a inflação está corroendo o salário do funcionário industrial.

Ao mesmo tempo, essa situação pode permitir ao patrão realizar um ajuste que vem buscando há meses. Se a empresa consegue aumentar o preço dos seus produtos sem elevar na mesma proporção os gastos por trabalhador, ela consegue aumentar sua produtividade e ter mais chance de se manter no mercado ou mesmo se expandir futuramente.

Emprego

A indústria vem cortando empregos desde 2011. O número de trabalhadores ocupados no setor diminuiu em todos os meses desde outubro daquele ano, sempre na comparação com igual período do ano anterior. Porém, os gastos das empresas com salários não caíam.

Esta aparente contradição – corte de empregos combinado com aumento de gastos com salários – ocorreu possivelmente porque os demitidos encontraram trabalho no setor de serviços.

Outro possível motivo da contradição está no custo da demissão. Os encargos trabalhistas pagos após os cortes entram na estatística como parte da folha de pagamento.



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