Paraíba

AL é notificada, mas mantém votação da LOA 2014 para segunda, 13

esclarecimentos


08/01/2014

 

Na manhã desta quarta-feira, 8, o procurador da Assembleia Legislativa da Paraíba, Abelardo Jurema Neto, falou sobre a decisão do desembargador José Aurélio Cruz, de exigir a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício de 2014. A AL foi notificada na manhã de hoje pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJPB).

 

Para o procurador, “a ação é desnecessária e desprovida de veracidade”. Segundo Abelardo Jurema Neto, a Assembleia Legislativa está dando tramitação normal para LOA, porém, por causa das mudanças feitas, a pedido da própria justiça, a Mesa Diretora pediu um prazo para análise. A votação da Lei Orçamentária de 2014 está programada para o dia 13 de janeiro.

A Casa vai prestar esclarecimentos aos desembargadores José Aurélio da Cruz (plantonista) e José Ricardo Porto (relator da matéria) informando que não há descumprimento de ordem judicial, pois o Poder Legislativo não interrompeu em nenhum momento a tramitação da matéria.

“Vamos dar esclarecimentos ao desembargador para que haja a compreensão de que o Poder Legislativo age em perfeita harmonia com o Poder Judiciário. Não há descumprimento de ordem judicial. O texto encaminhado pela Justiça é muito claro no sentido de afirmar que a Assembleia deve dar o regular processamento ao feito da votação da LOA, coisa que a Casa Parlamentar já tem feito desde o dia 17 de dezembro”, ressaltou o procurador.

Abelardo Jurema Neto explicou que “no dia 17 de dezembro seria a votação e que foi interrompida por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 20 de dezembro houve o recesso judicial. Então, do dia 20 até o dia 27 de dezembro, data em que se aportou o pedido do Governo do Estado, a Assembleia ficou todos esses dias de portas abertas. Mas, somente na sexta-feira (27), à tarde, chegou este pedido na Casa. Houve a convocação, mas o relator do projeto, deputado Caio Roberto (PR), fez o pedido ao presidente da Comissão de Orçamento, Raniery Paulino (PMDB), para analisar as 623 páginas da LOA”.

No dia 13 de janeiro, antes do processo de votação em plenário, a Comissão de Acompanhamento e Controle da Execução Orçamentária da Casa se reúne às 8h para analisar a LOA e dar o respectivo parecer para que o projeto seja encaminhado aos deputados, onde será analisado e votado a partir das 10h.

O procurador lembrou ainda que não existe nenhum prejuízo em relação a pagamento de salários e manutenção de serviços pela não votação da LOA. "O artigo 68 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) garante o pagamento de despesas sem a votação da matéria e diz o seguinte: Se o Projeto de Lei Orçamentária Anual não for encaminhado para sanção até 31 de dezembro de 2013, a programação nele constante poderá ser executada até o limite mensal de um doze avos do total de cada dotação, na forma da proposta remetida ao Legislativo, até que seja sancionada e promulgada a respectiva Lei Orçamentária".

O texto ainda estabelece que não se incluem no limite previsto as dotações para atendimento de despesas com pessoal e encargos sociais; pagamento do serviço da dívida; operações de crédito; transferências constitucionais a Municípios; pagamento de benefícios previdenciários; e pagamentos de despesas decorrentes de sentenças judiciárias", destacou, acrescentando que o artigo 166, § 8º, da Constituição Federal garante a utilização de recursos para pagamento de despesas sem a votação da peça orçamentária.

Mandato de Segurança que determinou a votação da LOA foi impetrado pelo líder do governo na ALPB, deputado Hervázio Bezerra (PSB).

Problemas na LOA

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Governo do Estado promovesse os ajustes necessários para atender ao pleito da Defensoria Pública do Estado em manter o orçamento aprovado pelo Conselho Superior da Defensoria Pública de mais de R$ 71 milhões, enquanto a peça orçamentária previa R$ 55 milhões para o órgão.

Outro fator que impediu a realização do processo de votação foi a retirada de recursos na área da saúde, especificamente para o Hospital de Mamanguape e o Hospital de Trauma de Campina Grande. A remoção que gira em torno de R$ 8 milhões obrigou um diagnóstico minuciado dos deputados do Legislativo para que não ocorra nenhum prejuízo à população.

Sobre a LOA

A ALPB recebeu a peça orçamentária com as devidas modificações no dia 27 de dezembro. A LOA tem o valor total de R$ 10,7 bilhões (número arredondado), onde R$ 10,068 bilhões se destinam ao Orçamento Fiscal e Seguridade Social e R$ 632 milhões para o investimento das empresas.

No projeto, foi prevista a destinação de R$ 123 milhões (1,5% da receita corrente líquida do Estado) para emendas parlamentares. Sobre o reajuste dos duodécimos dos poderes e órgãos, a peça orçamentária estabelece reajuste de 6,7%. Foram apresentadas 399 emendas parlamentares à Lei Orçamentária Anual. O total previsto era de 540, já que cada um dos 36 deputados tinha direito à apresentação de 15 propostas.

 



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