Internacional

Ativistas elevam para mais de 125 mil número de mortos na Síria

Violência


03/12/2013



Pelo menos 125.835 pessoas, entra elas 6.625 menores, morreram na Síria desde o início do conflito no país há dois anos e meio, anunciou nesta segunda-feira (2) o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

O grupo, com sede em Londres e uma ampla rede de ativistas no país árabe, explicou que contabilizou as vítimas desde o início da revolta contra o presidente Bashar al Assad, em 18 de março de 2011, até ontem, 1º de dezembro.

A maioria dos mortos é de civis, cujo número total chega a 44.381. Nas fileiras da oposição armada, houve neste período 27.746 baixas, entre as quais há 2.221 soldados desertores.

O Observatório destacou que nessa categoria há um grande número de combatentes de nacionalidade estrangeira, embora não tenha detalhado seu número.

Entre os apoiadores do regime, pelo menos 31.174 soldados das forças regulares e 19.256 milicianos e informantes morreram.

Também foram mortos 232 membros do grupo xiita Hezbollah e 265 integrantes de facções xiitas, que lutam com as tropas do regime de Damasco. A organização de direitos humanos acrescentou que a esses números é preciso somar 2.781 pessoas de identidade desconhecida mortas.

O Observatório não descartou que os números sejam superiores, já que não levou em conta no relatório os 21 mil prisioneiros em prisões do regime e em centros de detenção dos opositores.

Além disso, considerou que o número de insurgentes mortos poderia ser superior a 40 mil, mas advertiu que o dado não pôde ser confirmado devido ao segredo que mantêm a respeito das várias facções armadas.

O Observatório pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e à comunidade internacional trabalhar para deter o derramamento de sangue e para não se preocupar apenas com a destruição das armas químicas do regime, já que, disse, dezenas de milhares de sírios foram mortos por armamento convencional.

A ONG divulga periodicamente os dados de vítimas na Síria. A última vez foi no início de outubro passado, quando informou sobre a morte de 115 mil pessoas desde o início do conflito.

Os números mais recentes publicados pela ONU foram em agosto, quando Ban contabilizou que mais de 100 mil pessoas haviam perdido a vida em território sírio.

Refugiados

Segundo relatório da ONU, as crianças respondem por metade dos 2,2 milhões de refugiados sírios registrados na região, o que compõe uma geração inteira de crianças sírias traumatizadas, isoladas e privadas de educação.

"Se não agirmos rapidamente, uma geração de pessoas inocentes será sacrificada por causa desta guerra terrível", alertou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Antonio Guterres, ao apresentar o primeiro estudo abrangente conduzido pelo ACNUR sobre as crianças sírias desde o início do conflito, em março de 2011.

De acordo com o relatório, cerca de 294.300 crianças sírias encontraram refúgio na Turquia, 385.000 no Líbano, 291.200 na Jordânia, 77.120 no Iraque, 56.150 no Egito e mais de 7.600 na África do Norte.

Mais de 3.700 entre elas estão desacompanhadas ou foram separadas de seus pais. Além disso, mais de 70.000 famílias de refugiados sírios vivem sem o pai.

Os autores do estudo, que puderam entrevistar crianças sírias apenas na Jordânia e no Líbano, dizem ter recebido informações sobre meninos treinados para lutar quando retornarem para a Síria.

Além disso, constataram que muitas famílias de refugiados sem recursos financeiros enviam seus filhos para trabalhar e garantir a sua sobrevivência.
 


Em cumprimento à Legislação Eleitoral, o Portal WSCOM suspende temporariamente os comentários dos leitores.